Especialistas analisam impactos para região

Segundo eles, remoção de presos pode trazer sensação de segurança à população, mas não impacta diretamente na criminalidade

REGIÃO - THIAGO MORELLO

Data 14/02/2019
Horário 04:04

Na manhã de ontem, os governos estadual e federal realizaram uma operação integrada para a transferência de 22 presos reclusos na região de Presidente Prudente para o sistema penitenciário federal. Eles estavam na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira (P2) de Presidente Venceslau, e no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) em Presidente Bernardes, e possuem o nome ligado a uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios. A medida, no olhar de especialistas, pode refletir em impactos sociais para o entorno, mas que são “difíceis de serem apontados” imediatamente.

O advogado e professor de Sociologia, Renato Herbella, por exemplo, acredita que as consequências serão analisadas depois. Mas, de todo modo, é certo que uma ação isolada como esta, criminalmente falando, não trará resultados tão significativos, já que o crime é um fenômeno muito complexo e outras medidas devem ser tomadas em conjunto, “como o fortalecimento da inteligência da polícia, melhores condições de trabalho e, principalmente, maiores oportunidades à população”.

O que também vai ao encontro da ideia do advogado criminalista Matheus Sanches, que analisa o fato de alguns detentos, “em tese, representarem um certo risco à sociedade”, fazendo com que o Estado precise tomar algumas medidas.

E ao ser questionado sobre o “alívio” que a transferência pode trazer aos moradores, ambos concordam que a mudança traz sim uma sensação de segurança à sociedade. “Porém, como dito, essa medida isolada certamente não trará impactos significativos na criminalidade. Logo, é fundamental que outras medidas sejam tomadas em conjunto para que a sensação de segurança da população melhore”, complementa Renato.

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