Escola sofre por falta de professores substitutos

Unidade possui cinco salas de aulas e dispõe, em média, de um efetivo de dez profissionais da área da educação

REGIÃO - JANAÍNA TAVARES

Data 10/05/2018
Horário 20:01

Assim como outras unidades da rede estadual de ensino na região de Presidente Prudente, a EE (Escola Estadual) Marechal do Ar Márcio de Souza e Mello, localizada no Parque dos Pinheiros, em Álvares Machado, sofre com a falta de professores substitutos e o número de aulas vagas. A unidade possui cinco salas de aulas e dispõe, em média, de um efetivo de dez profissionais da área da educação, de acordo com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Em contato com a reportagem, professores relatam que os problemas atingem a unidade “frequentemente”.

Segundo a professora do ensino médio, Larissa Barreto Moura, a situação aflige não apenas a Marechal do Ar Márcio de Souza e Mello, como toda a rede estadual da região de Prudente. “Por não ser uma questão exclusiva daqui, há uma defasagem muito grande envolvendo o corpo docente nas cidades. O que percebemos é que há um número pouco expressivo de professores da categoria O por aqui”, analisa. Os docentes da chamada categoria O são contratados em caráter temporário e, embora realizem as mesmas funções dos professores concursados, não gozam dos mesmos direitos, principalmente quanto à estabilidade.

Larissa fala ainda que a maioria dos educadores que lecionam na unidade também ministram em outras escolas da rede de ensino e questiona a eficiência de demanda de profissionais. “Atuamos em outros locais e quando nos ausentamos por um problema de saúde, por exemplo, o município consegue suprir a necessidade, então porque o Estado não?”, argumenta a docente, ao comentar que a política atual do governo também prejudica nas condições de trabalho, recursos humanos e técnicos. “Estamos com uma sala de informática mal equipada e com poucos computadores, não há o GOE [Gerente de Organização Escolar], existem problemas de pagamentos e poucos funcionários internos”, expõe.

Contudo, os problemas se estendem ainda mais e afetam outros setores. Por ser uma escola que tem cinco salas de aula, o cargo de diretor não é disponível e nem o de coordenação, segundo ela. “Apesar de qualquer unidade ter no mínimo oito salas para possuir essas funções, seria interessante ter mesmo assim, pois sem a ajuda desses encargos, não conseguimos alcançar um nível de qualidade desejado por todos nós”, salienta Larissa.

Para a professora do ensino médio, Noemi Fujihara, 54, muitas vezes a situação acaba “denegrindo a imagem dos profissionais da educação”. “Todos os dias venho dar aula aqui e o que nota-se é a percepção que alguns possuem: ‘o professor não quer vir trabalhar’. Mas não é isso que acontece, porque somos todos trabalhadores com direitos assegurados, então jamais deixaria de lecionar”, enfatiza. Segundo ela, não há efetivo para substituir quando algum docente precisa faltar.

Cobranças

De acordo com o coordenador regional da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Willian Hugo Corrêa dos Santos, ainda não há um novo balanço para mostrar a quantidade exata de aulas vagas neste primeiro semestre de 2018. Mas no ano passado, uma pesquisa avaliou que entre as 45 escolas da região as aulas vagas alcançavam o número de 10.038 só no primeiro semestre de 2017. “Porém, depois de realizado o balanço, a possibilidade desse valor ter aumentado é grande”, observa Willian.

“O governo não está oferecendo as condições necessárias de trabalho nessa escola de Álvares Machado e nem em tantas outras da região de Prudente, por isso estamos questionando para ver o que está acontecendo e o que pode ser feito”, afirma o coordenador regional. Ele inda ressalta que, como a unidade escolar só funciona no período matutino, apenas um professor da categoria V [eventual] na escola “não consegue cobrir todas as demandas”, caso falte outros docentes. “E se ele não der conta disso, seu contrato é extinto e, consequentemente, há a demissão”, conclui.

Outro lado

Por meio de nota, a Diretoria Regional de Ensino de Prudente expõe que a falta de professores na escola “muitas vezes, ocorre sem aviso prévio por diversos motivos, incluindo licenças, convocação em sindicato, falta médica, abonada e justificada”.  De acordo com a nota, a unidade conta com uma professora eventual – encarregada de substituir os docentes em casos de falta e está aberto processo para a contratação de mais um professor eventual. As aulas perdidas serão repostas, caso seja necessário.

Ainda conforme a nota, com um total de 149 alunos, “a unidade escolar receberá R$ 6 mil em recursos para 2018 e que a rede de suprimentos que envolvem compra de materiais de escritório, informática e limpeza está aberta para aquisição pela própria instituição de ensino”.

Por fim, a nota aborda que “a Diretoria Regional de Ensino de Prudente, mais uma vez, faz um apelo para que, sempre que possível, os docentes comuniquem com antecedência suas faltas para que a equipe gestora da unidade escolar possa se organizar e convocar substitutos para que não haja prejuízo aos alunos”, completa.

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