Equilíbrio financeiro

OPINIÃO - Walter Roque Gonçalves

Data 05/02/2019
Horário 04:05

A máxima que diz “o dinheiro não traz a felicidade, manda trazer!” é um dos maiores equívocos que conheço, pois para ser feliz basta agradecer o que se tem hoje, ter projetos e metas a serem atingidas e equilibra-se nas áreas da vida, inclusive na financeira. Como diz Marco Brasil no poema “Bens Materiais”, “o dinheiro compra a casa, cama, o livro, remédio, crucifixo, mas não compra a paz de um lar, o sono reconfortante, a sabedoria dos livros, a saúde longeva e nem a fé que edifica”. Ter dinheiro e bens materiais é uma questão de conquistá-los, ser feliz é uma questão de escolha e contentamento.

O equilíbrio financeiro está intimamente ligado aos hábitos arraigados no inconsciente de todos nós. Diariamente repetimos comportamentos sem ao menos questionar. Ao escovar os dentes diariamente, por exemplo, repetimos padrões: a forma de pegar a escova, colocar o creme dental, os movimentos, estão todos padronizados e são repetidos sistematicamente todos os dias. Para o dinheiro há o mesmo fenômeno. Existe um padrão interno em cada um de nós, o cidadão que ganha R$ 1 mil e gasta R$ 1,2 mil tende a gastar R$ 12 mil se ganhar R$ 10 mil, e R$ 1,2 milhão se ganhar R$ 1 milhão. É por isso que tem pessoas ganhando salário mínimo formando patrimônio e outras que ganham 20 vezes mais que crescem apenas em dívidas.

Quem busca equilíbrio financeiro não precisa necessariamente ganhar mais, precisa entender – como diz Gustavo Cerbasi – a relação entre o investir, pagar contas essenciais e o estilo de vida. O primeiro passo é criticar as atuais prioridades ao gastar o dinheiro. Ao contrário do que muita gente faz, deve-se guardar o dinheiro primeiro e depois se preocupar em pagar as contas. A maioria espera pra ver se sobra algo para depois pensar em guardar. No final, não guarda nenhum centavo. Fazendo a reserva no primeiro momento o cérebro passa a ser educado a se ajustar ao que sobra.

No segundo momento é hora de pagar as contas essenciais como água, luz, aluguel, escola, entre outros. O que sobra é para ser usado para curtir a vida literalmente: bares, cinema, restaurante, etc. Ao entender este conceito é possível equilibrar-se financeiramente. Se faltar dinheiro para o estilo de vida, por exemplo, pode-se buscar novas fontes de renda ou diminuir um pouco as reservas, trocar o carro por um mais econômico, mudar de casa para reduzir o aluguel e com isso gerar os recursos para o estilo de vida, sem dor na consciência.

Geralmente o maior desafio é monitorar os gastos durante o mês para que estes não passem dos limites definidos. Aqueles que são capazes de se disciplinar tendem ao equilíbrio financeiro. Por fim, o dinheiro deve ser tratado com responsabilidade para que haja consistência e crescimento progressivo em todas as áreas da vida. Pode-se ser feliz agora, contudo é preciso manter-se equilibrado, inclusive financeiramente.

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