Enxadrista fala de projeto com a modalidade

Meninas do professor Celso Tomazelli foram prata nos 63º Jogos Regionais, em Assis, conseguindo vaga para a 83ª edição dos Jogos Abertos do Interior, em Marília

Esportes - OSLAINE SILVA

Data 13/08/2019
Horário 05:53
Cedida - Projeto vem representando o nome de PP há alguns anos em eventos esportivos da Prefeitura
Cedida - Projeto vem representando o nome de PP há alguns anos em eventos esportivos da Prefeitura

Celso Tomazelli, professor de Educação Física há dez anos na EE (Escola Estadual) Celestina Campos Teixeira, em Floresta do Sul, distrito de Presidente Prudente, e agora também na cidade, na EE Professora Mirela Pesce Desidere e ainda em Caiabu, fala sobre seu projeto de xadrez que vem representando o nome do município há alguns anos em eventos esportivos da Prefeitura como Jogos Regionais (2016 – vice-campeã), Joguinhos Abertos. “Nossa expectativa para os Regionais era ficar entre os três, mas Deus abençoou e ficamos em segundo conquistando vaga para os 83º Jogos Abertos do Interior, em Marília (SP). Lá a competição é de nível maior, logo os treinamentos igualmente são mais intensos. Vale salientar que a equipe de damas participou pela primeira vez e já conquistou o terceiro lugar”, comemora.

Ele faz questão de deixar claro que embora jogue por Prudente, as equipes tanto de xadrez quanto damas, que ele vem ensinando à garotada também, não recebe nenhum investimento municipal porque pertence à rede estadual.

“Nos no 63º Jogos Regionais, em Assis [SP], no mês passado, das seis alunas que jogaram, cinco têm resultados muito expressivos no Estado de São Paulo, sendo inclusive campeãs dos Jogos Escolares, em 2015”, expõe o professor.

Conforme Celso as alunas treinam tanto em suas aulas quanto em casa realizando as tarefas e livros que ele passa. Ele as orienta a buscar outras formas de estudo como explorar bastante os recursos tecnológicos para jogar xadrez, ver vídeos, aplicativos bacanas que tem no celular, análises de jogos, de partidas, o que é bem interessante porque varia e as tira um pouco do tabuleiro.

 

O projeto

Desenvolvido dentro da programação das ACDs (Atividades Curriculares Desportivas), pelo governo do Estado de São Paulo, o projeto de xadrez foi iniciado em Floresta do Sul com Celso como professor, em 2010. As turmas de treinamento, geralmente, contam com 20 alunos, no mínimo, que fazem três aulas de 50 minutos cada, duas em um dia, e uma no outro, em contraturno escolar.

Celso confessa que no começo não foi nada fácil, pois não tinha material, era preciso improvisar com peças e tabuleiros velhos. Mas, com o tempo, além de doações ele conseguiu equipamentos descentes com a Diretoria de Ensino para desenvolver a atividade.

“A ideia básica das ACDs é fomentar o esporte na comunidade e participar de competições, trabalhando o lado social, tirando o aluno da rua, oferecendo-lhe a oportunidade de praticar um esporte que exercita muito a mente. Além, de poder ser apenas um jogo de lazer ou competitivo. Para participar das competições oficiais do Estado de São Paulo são três categorias: Infantil – 15 e 16 anos completos no ano; Mirim – 13 e 14 anos; e Pré-mirim – 11 e 12”, cita o enxadrista.

 

Passo a passo

Celso diz que inicia cada turma com alunos da 5ª série, hoje 6º ano. Ele assegura que quando se começa bem o trabalho, se pegar firme, os frutos serão colhidos com certeza. Ele destaca que iniciou o projeto do zero mesmo, lá da base porque a maioria não sabia jogar nada. E vem dando muito certo com as meninas se destacando com resultados cada vez mais satisfatórios. Em 2015, foram campeãs estaduais em Lins (SP), na categoria mirim contra Poá, uma das favoritas.

“Veja que máximo uma escola pública localizada ‘no fim do mundo’ onde o que mais se vê são bois e cavalos. Tem apenas uma usina para se trabalhar e, nossas meninas desbancaram escolas com tradição no xadrez, como grandes de São Paulo, São José do Rio Preto [SP], Bauru [SP]. Ninguém tinha quebrado a sequência de vitórias das bicampeãs!”, exclama o técnico.

Em 2016, oura turma da categoria de base ficou em terceiro lugar em Taquaritinga (SP). Por meio ponto não conquistaram o campeonato. E em 2017, repetiram o mesmo pódio, em Praia Grande (SP). No ano passado, em Sertãozinho (SP), conquistaram o bicampeonato estadual com meninas de 15 anos, 16 e 17 anos. Ou seja, quatro pódios consecutivos em nove anos de projeto. Neste ano, a equipe de Celso se classificou para a final estadual em Bauru, com o time infantil, em busca de mais um pódio, além de uma das atletas que vai participar no individual, que é o título mais cobiçado dos Jogos Escolares.

Com os resultados obtidos, o enxadrista diz que depois de 2015 as meninas ganharam visibilidade no cenário local. “O que acho que falta é mais investimento no incentivo ao aprendizado de damas e xadrez. O governo municipal, por exemplo, poderia contratar um professor para ensinar as crianças em um trabalho sério, de base. Assim podemos cada vez mais descobrir talentos e tirar crianças das ruas”, acentua Tomazelli.

 

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