Entidades ajudam a suprir demandas assistenciais

Em parceria com prefeituras ou de forma autônoma, instituições resgatam dignidade da vida humana; em Prudente, Fraternidade São Damião e Casa da Criança são exemplos

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 21/02/2019
Horário 15:01
Eduardo Costa Teixeira/Cedida - Fraternidade São Damião oferece cestas básicas e sopa para a comunidade
Eduardo Costa Teixeira/Cedida - Fraternidade São Damião oferece cestas básicas e sopa para a comunidade

Embora a oferta de políticas assistenciais seja um dos compromissos do poder público, as administrações precisam andar de mãos dadas com setores da sociedade civil para conseguir suprir todas as demandas existentes nesta área. Tal apoio vem principalmente das instituições filantrópicas, que investem tempo e recursos escassos para a promoção da dignidade da vida humana. O trabalho, realizado em parceria com prefeituras ou de forma autônoma, permite que comunidades em situação de vulnerabilidade social tenham direito à alimentação, moradia, acesso à educação, cultura, esporte e lazer, além de outros serviços necessários para a convivência em sociedade.

Mantida pela Paróquia São Francisco de Assis, a Fraternidade São Damião é um dos centros sociais que se dedicam a esta causa em Presidente Prudente. Por decisão própria, a coordenação da entidade decidiu gerir o trabalho de maneira independente e sem qualquer suporte financeiro por parte de esferas governamentais. Todos os trabalhos desenvolvidos na unidade são custeados com a verba arrecadada por meio do dízimo ou de doações rotineiras da comunidade. E, apesar das subvenções não existirem, o coordenador Eduardo Costa Teixeira aponta que a instituição “caminha muito bem”.

Atualmente, 50 famílias têm direito a cestas básicas, montadas com alimentos recolhidos nos bairros que compõem o território da paróquia, enquanto 60 recebem porções de sopa, preparadas com ingredientes fornecidos por “benfeitores” – como são chamadas as empresas que reservam uma parte do seu estoque para a entidade. Além disso, equipes percorrem os supermercados para resgatar hortaliças e legumes que já não estão mais expostos nas gôndolas, mas ainda são apropriados para o consumo. Todos os produtos coletados são utilizados para a organização de sacolões, que também acabam distribuídos para a população assistida.

Dentro da instituição, são disponibilizados ainda serviços de corte de cabelo, entrega de roupas, atendimento psicológico, assistência jurídica, cursos preparatórios para concurso público e oficinas de zumba, caratê, balé, fotografia, corte e costura, música e pintura, tendo esta um projeto especial voltado para crianças e jovens com síndrome de Down e autismo. Para dar conta de toda esta oferta, a fraternidade recebe o suporte de quatro funcionários e 70 voluntários.
Entre eles, está a advogada Patrícia Caroline de Souza, que oferece assistência jurídica gratuita para a comunidade desde 2008. Segundo ela, o interesse pelo trabalho surgiu da vontade de ajudar o próximo por meio da sua formação acadêmica. Diariamente, ela esclarece dúvidas de caráter jurídico e presta orientações sobre como proceder nos casos apresentados. “Muitas vezes, a pessoa só precisa de um norte, mas não tem condições de arcar com um advogado para obter esse aconselhamento”, relata.

Crianças e adolescentes

Há outros serviços que prestam referência a uma faixa etária específica, como é o caso da Casa da Criança e Centro Social São José, responsável pelo atendimento de 180 crianças e adolescentes de 7 a 17 anos. O local absorve a demanda dos próprios bairros das imediações e aquela encaminhada por Cras (Centros de Referência de Assistência Social) e oferece oficinas esportivas e culturais durante o contraturno escolar, além de alimentação completa, que envolve café da manhã, almoço e lanche da tarde.

Com um time de 17 funcionários, a instituição tem como principal desafio a disponibilidade orçamentária. Conforme a coordenadora da casa, Magda Bezerra, grande parte dos gastos é arcado pela própria mantenedora – o Colégio Cristo Rei –, uma vez que as subvenções governamentais são “escassas”.

Magda destaca que, apesar disso, a unidade empenha todos os esforços para manter as portas abertas para a comunidade. “Este é um trabalho muito importante, pois atendemos crianças em situação de vulnerabilidade, que ocupam o tempo livre com atividades formativas ao invés de estarem nas ruas e expostas a situações de violência e drogadição”, pontua.

Publicidade

Veja também