Ensino médio da região tem média básica, conforme Saresp

As quatro Diretorias de Ensino da região – Adamantina, Mirante do Paranapanema, Presidente Prudente e Santo Anastácio - apresentam médias consideradas básicas nas disciplinas de língua portuguesa e matemática em todas as turmas do 3° ano do ensino médio, bem como nas turmas do 9° ano do ensino fundamental, de acordo com dados do Saresp (Sistema de Avaliação e Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), referentes às provas realizadas no ano passado, e divulgados nesta semana. Em toda a região, não houve nenhuma média considerada como abaixo do básico e nem notas consideradas como avançadas.

“As escolas já estão debruçadas em cima dos números para traçar metas em relação ao que deveremos fazer. O foco está em utilizar três frentes, sendo o estreitamento com a família, desenvolvimento curricular e formação de professores”, informa a dirigente da Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, Naide Videira Braga.

O Saresp, para avaliar o ensino do Estado, utiliza quatro medidas, sendo o nível considerado como abaixo do básico – com notas que variam conforme o ano do aluno (veja a tabela), básico, adequado e nível avançado, avaliando sempre as matérias de língua portuguesa e matemática. As séries avaliadas são os terceiros, quintos, sétimos e nonos anos do ensino fundamental e o 3° ano do ensino médio. A Diretoria de Ensino da Região de Adamantina foi a única que não registrou dados no 3° e 5° ano do fundamental. Ao realizar um levantamento, a reportagem constatou que as turmas de estudantes mais novos são as que apresentam melhores níveis, quando foram encontradas médias adequadas em algumas delas, sendo que na língua portuguesa e matemáticas, nos últimos anos apresentados, todas as médias são consideradas básicas.

A Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente contou com a participação de 4.715 alunos (veja a tabela), e os quintos anos do ensino fundamental foram os únicos que apresentaram médias adequadas. Todas as demais turmas atingiram o nível considerado básico. Segundo Naide, as escolas aguardavam os resultados com certa apreensão, por haver um acompanhamento “intenso” em cima das notas durante todo o ano, de forma que o otimismo nunca foi deixado de lado. “Sempre realizamos avaliações, então, tínhamos uma noção do que receberíamos. Entendemos que o resultado não está ótimo, mas também não está ruim. Temos uma média que é considerada como adequada”, salienta.

Ainda segundo a dirigente, os alunos “precisam ter condições de apender mais”, e isso será justamente o foco da diretoria, já que três serão as frentes pensadas para melhorar os dados. “Primeiro vamos focar no estreitamento com a família, que é algo que já temos feito e observamos bons resultados, trabalhar o desenvolvimento do currículo dos estudantes e reforçar a formação de professores”. A vantagem da divulgação dos números, para ela, é que ocorreu no início do ano letivo, o que permite pensar em medidas já para esse primeiro semestre do ano letivo.

Visão dos números

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, à reportagem, divulgou uma análise dos dados estaduais, quando afirmou que o índice de proficiência dos alunos do 9º ano do ensino fundamental da rede estadual, em matemática, por exemplo, está abaixo do esperado e é equivalente aos dos estudantes do 6º ano do mesmo ciclo. “Em língua portuguesa, os 278,8 pontos de proficiência alcançados pelos alunos na 3ª série do ensino médio era o esperado para o 9º ano do ensino fundamental. O resultado mostra que 45% dos alunos que finalizam a educação básica não conseguem realizar tarefas de leitura”.

Ainda conforme o Saresp, no 5º ano do ensino fundamental, o levantamento revela que 15,2% dos alunos têm conhecimento abaixo do básico em matemática, e 7,2% em língua portuguesa. No 9º ano, por sua vez, a pasta expõe que o desempenho em matemática é ainda pior: 26,3% dos estudantes da rede têm proficiência abaixo do básico; em língua portuguesa, 14,2% estão neste mesmo patamar no Estado. “No ensino médio, os indicadores são ainda mais alarmantes: em matemática, 46,6% dos alunos da rede pública de São Paulo têm conhecimento abaixo do básico; em língua portuguesa, 27,2% estão na escala mais baixa de proficiência”.