Engarrafamento na zona da morte

O céu é o limite? O que podemos pensar sobre qual é o limite para a condição humana atualmente? A zona entre o divino e o humano, se confunde. Também entre o místico e o mítico. Já não damos conta do que nos basta. Por onde estamos transitando? O que é prazer, realidade, fronteira entre o normal e a loucura? Felicidade é algo que ficou para trás por falta de referencias e de identidade. Não sabemos mais o que nos satisfaz. Não temos ideia do que gostamos ou desgostamos. Gostamos do que o outro gosta? Fazemos somente a partir do que o outro faz? E o que pensamos? Somos genuínos? Estimulações tanto internas como externas pipocam desenfreadamente e alucinamos pelo modismo, confundindo-nos. Quem somos nós? Meros plágios? A esperança é que há algo que nos controla chamado principio ou impulso de autoconservação da vida. Não somos robôs e necessitamos do básico que nos faz humanos.  Necessidades básicas não atendidas, entramos em estado de inanição. Nossa fisiologia e anatomia nos faz descer para o planeta terra. Tente não fazer ingestão de glicose, proteína, ou carbohidratos, H²O, e as necessidades fisiológicas para ver! Ansiamos e fantasiamos por super-heróis? Já viram a fila no cinema para a apreciação desse gênero? Ser humano está banalizado. Saiu de moda? Fazer amor? Para que? Intimidade? Sabem o que vem a ser isto? Pôr do sol, cheiro de café da manhã, ler um jornal, apreciar uma flor, jogar conversa fora, olhar nos olhos, dar um abraço apertado, despertar para o amor, excitação, preliminares para o amor? Para que? Compramos tudo com facilidade. Delivery existe para isso. Fast food é o mais viável.Não se pode perder tempo. Coitado de nossos estômagos, corações e pulmões. Por falar em pulmões, lembrei do Pico do Everest, cuja altura é de 8.848metros, o mais alto do planeta. Como ainda somos humanos, penso eu, que nosso pulmão tem limite. E o engarrafamento no pico ultimamente, tem sido preocupante. Muitos estão morrendo pelo caminho. O corpo humano não foi criado para sobreviver em altitudes muito elevadas.A falta de oxigênio e o frio são alguns dos fatores que fazem da escalada uma tarefa hercúlea. Questões de cansaço, a insônia, e, recentemente, a lotação de exploradores na hora do “ataque ao cume” tornam a situação ainda mais complicada. Assim pensando, não estaríamos todos nós, iguais cachorros, querendo pegar o rabo, perdidos tentando encontrar a formula mágica para o prazer absoluto? Tudo está banal. Lutamos para chegar ao pico, quando não morremos, vamos à busca novamente do inusitado e inalcançável. E a felicidade só tem um nome: simplineidade, simplicidade misturada à espontaneidade. A busca incansável pelo autoconhecimento é o segredo. O céu não é mais o limite.

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