Energia eólica

OPINIÃO - Marco Antônio Del Grande

Data 25/07/2019
Horário 05:16

A energia eólica, ou energia cinética, é a transformação da energia do vento em energia útil e serve para movimentar turbinas eólicas, também denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade através de cata-ventos, para trabalhos mecânicos como bombeamento d’água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica, e velas para impulsionar veleiros. Conhecida desde o advento da agricultura, segundo Chesfbrascep (1987), “o primeiro registro histórico da utilização da energia eólica para bombeamento de água e moagem de grãos através de cata-ventos é proveniente da Pérsia, por volta de 200 A.C. Esse tipo de moinho de eixo vertical veio a se espalhar pelo mundo islâmico sendo utilizado por vários séculos.

Acredita-se que antes da invenção dos cata-ventos na Pérsia, a China (por volta de 2000 A.C.) e o Império Babilônico (por volta 1700 A.C) também utilizavam cata-ventos rústicos para irrigação”. Entretanto, como fonte de geração de eletricidade, as primeiras tentativas surgiram no final do século 19, mas somente um século depois, com a crise internacional do petróleo (década de 1970) e o advento das mudanças climáticas, que ensejaram uma preocupação na comunidade global com a proteção do equilíbrio climático, em razão das emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis é que houve interesse e investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento e aplicação de equipamentos em escala comercial.

A energia eólica, enquanto alternativa aos combustíveis fósseis, é renovável e viável economicamente, pois está permanentemente disponível, podendo ser produzida em qualquer região do planeta, sendo considerada “energia limpa”, pois não produz gases de efeito de estufa durante a produção e requer menos área para ser implantada. A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi instalada em 1976, na Dinamarca. Atualmente, existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação em todo o mundo. Não obstante, o Brasil possui grande potencial em energia eólica. Segundo a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), o território brasileiro tem capacidade para gerar até 500 gigawatts.

Em dezembro de 2018, a capacidade instalada somou 162,5 GW, o que já representa cerca de 30% do potencial. Por outro lado, o potencial eólico brasileiro é mais de que todo o potencial elétrico instalado no país, atualmente, o que representa 5,8% da matriz nacional, que abastece cerca de seis milhões de residências. Reconhecida pelo Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, desde 1997, como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, sob a metodologia ACM0002, como atividades de projetos para a geração de eletricidade conectada à rede a partir de fontes renováveis, os parques eólicos brasileiros são potenciais geradores de créditos de carbono, e continuarão a atender os anseios do Acordo de Paris, no que tange a substituição de combustíveis fósseis por energia limpa.

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