O empréstimo consignado junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é realizado por bancos e financeiras em acordo com a Previdência Social, para que as parcelas do crédito ao aposentado ou pensionista sejam descontadas no benefício. Na região de Presidente Prudente, houve aumento de 28,5% no montante liberado ao público-alvo, entre 2016 e 2017. Foram R$ 662.928.998,72 diante de R$ 851.927.780,75. Do mesmo modo, houve alta de 21,69% no número de contratos neste período. Isso porque, conforme dados do INSS, foram 316.113 benefícios concedidos, contra 384.681 no ano passado.
Ao todo, por meio desta modalidade de crédito, foram injetados R$ 188.998.782,03 a mais em 2017 na região. Segundo a Previdência Social, um mesmo aposentado ou pensionista pode ter efetivado mais de um contrato de empréstimo. A margem consignável, que é o valor máximo da renda a ser comprometida, não pode ultrapassar 35% do valor da aposentadoria ou pensão recebida pelo beneficiário, sendo 5% destinados exclusivamente para a amortização de despesas contraídas por meio da modalidade cartão de crédito. O número máximo de parcelas é de 72 meses.
Conforme a economista Edilene Takenaka, o aumento nos pedidos de empréstimos consignados está diretamente ligado aos juros baixos cobrados pelo benefício. “As pessoas entendem que vale mais à pena pegar dinheiro emprestado e pagar contas de banco, que possuem juros bem mais altos, do que se endividar com contas que não param de crescer, por isso a opção pelo empréstimo do INSS. Trata-se do custo e benefício”, salienta.
Ainda conforme Edilene, muitas pessoas caíram na inadimplência no ano de 2017, o que as deixou em um “completo sufoco”, mas lembra de que as expectativas para este novo ano é de melhoria na economia e diminuição no número de inadimplentes. “Não posso deixar de comentar que diante de qualquer realidade em que o país vive, as pessoas precisam de uma educação financeira”, finaliza.
Não posso deixar de comentar que diante de qualquer realidade em que o país vive, as pessoas precisam de uma educação financeira
Edilene Takenaka,
economista
Beneficiados
O aposentado, Urbano Fernandes, 63 anos, comenta já ter feito seis empréstimos consignados junto ao INSS, com início em 2004, e comenta já ter adquirido um montante próximo de R$ 20 mil. “Recorremos ao recurso em momentos de desespero. No meu caso, eu precisava cobrir os cheques especiais que utilizei e foi a única saída naquele momento”. Ainda segundo o aposentado, são, ao todo, R$ 980 pagos mensalmente pelos empréstimos, que correm até hoje, e devem terminar em 2021. “Nunca mais farei esses empréstimos, são fáceis de conseguir, mas impossíveis de quitar”, finaliza.
Rose Borba Santos, 56 anos, por sua vez, afirma ter feito apenas um empréstimo consignado junto ao INSS, no valor aproximado de R$ 8 mil, e ressalta que a escolha “nunca mais se repetirá”. “Eu precisava de dinheiro para pagar faturas de cartões de crédito e encontrei no empréstimo uma saída. Peguei em 2016 e vou pagar por cinco anos, não pretendo fazer isso novamente”.
SAIBA MAIS
O beneficiário que a qualquer momento se sentir prejudicado por operações irregulares ou que identificar descumprimento do contrato por parte da instituição financeira ou de normas pré-estabelecidas deverá registrar sua reclamação na Ouvidoria Geral da Previdência Social, pelo site www.inss.gov.br ou telefone 135, da Central da Previdência.