Empresa russa investe no estudante paulista

OPINIÃO - José Renato Nalini

Data 14/02/2018
Horário 11:26

Uma das deficiências da Educação em quase todo o planeta é o aprendizado eficiente em Matemática. Múltiplos fatores explicam a dificuldade do alunado em apreender raciocínio abstrato, absorção do conteúdo lógico de uma ciência exata imprescindível ao desenvolvimento das tecnologias e fator essencial ao verdadeiro progresso de qualquer nação. Por isso, tudo o que se fizer no sentido de tornar a matemática sedutora, saborosa e atraente, é muito bem-vindo.

Nesse sentido, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo tem motivos reais para agradecer a empresa russa Uchi Ru, que disponibilizou a plataforma educacional por ela elaborada para o ensino da Matemática. É um material pedagógico virtual e interativo que permite aos alunos, durante o horário escolar, usufruírem gratuitamente, sem limitação de tempo, de uma série de exercícios.

A “Dragonlearn Brasil” implementou um projeto piloto em 2017, com 94 professores cadastrados e 2208 alunos, distribuídos por 495 escolas. Foram realizados 26 seminários, dos quais participaram 300 professores especialistas na plataforma, envolvendo 2.316 professores, 43.231 alunos cadastrados e 13.835 que permaneceram ativos. A Escola Estadual “Alcides da Costa Vidigal”, por exemplo, ostenta um índice de 92% de alunos cadastrados em atividade. Ou seja, a quase totalidade do corpo discente levou a sério, envolveu-se e entusiasmou-se com o novo método de assimilar Matemática.

Neste ano, a Dragonlearn pretende visitar todas as 15 regionais, ou polos das Diretorias Regionais de Ensino, realizar videoconferências, enviar comunicação eletrônica mensal com a mesma periodicidade de relatórios indicando o total de escolas, professores e alunos envolvidos, a percentagem de alunos ativos, as escolas campeãs nessa apuração e outras informações úteis para o melhor aproveitamento da ferramenta.

As novidades da plataforma para este ano são a inclusão de quatro novos anos letivos, do 6º ao 9º do ensino fundamental, com disponibilidade entre fevereiro e março. Novas tarefas do 1º ao 5º ano, áreas especiais no site, com laboratório secreto, aulas, testes, tarefas de olimpíadas anteriores e inglês. Além disso, propõe-se a realização de duas olimpíadas no decorrer do ano.

Os russos são notáveis em ciências duras. Quando visitei Moscou, tive a oportunidade de contactar um Instituto de Física responsável por mais de 40 Prêmios Nobeis nessa área. Algo que nos estimula a perseguir, mediante ensino consistente, sério e continuado, a obtenção de pelo menos um Nobel. E pensar que o Brasil é o único, dentre os Países deste Continente e com a sua expressão, que ainda não conseguiu um Nobel!

Que isto sirva de incentivo, estudante paulista! Vamos em busca de melhores resultados. Compatíveis com o esforço do corpo gestor e do corpo docente da escola pública.

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