A Prudente Urbano representou criminalmente ontem o vereador Mauro Marques das Neves (PSDB), ao protocolar na CPJ (Central de Polícia Judiciária) o pedido de instauração de um inquérito para apurar a suposta prática de crimes contra a hora da empresa, após a possível publicação de um vídeo por parte do representado, que mostrava um veículo em manutenção. No documento, a empresa alega que o vereador incitou publicamente terceiros a se voltarem “raivosamente” contra ela, e diz que Mauro foi “irresponsável e cruel” na escolha do vocábulo. A reportagem procurou o legislador, que preferiu não se pronunciar até ter ciência do pedido.
O requerimento inicia com a fala de que em tempos “estranhos”, especialmente em razão das tecnologias digitais e das redes sociais, a representação criminal faz-se necessária, uma vez que diante de tal universo está presente a violência eletrônica, conhecida como cyberbulling. “Nesses casos, essa destruição de reputação tem o potencial de alcançar toda uma população de uma cidade em questões de segundos, formando nessas pessoas opiniões distorcidas, induzidas e formadas por falácias e aleivosias ilustradas por imagens e até vídeos”, expõe.
O pedido de instauração de inquérito informa ainda que foi através de um vídeo gravado do veículo de número 1240, que tinha como itinerário Itatiaia – Maré Mansa, no dia 15 de fevereiro, e publicado na rede social Facebook, que Mauro teria, “travestido de fiscal do Legislativo”, difamado a reputação da empresa no que diz respeito à qualidade dos serviços prestados. “Na ocasião, o representante, sem buscar saber o que acontecia, filmou a uma distância mediana um dos coletivos que se encontrava em manutenção e sem nenhum passageiro”, expõe.
O pedido ressalta que, enquanto filmava, “severas e gratuitas” críticas destrutivas eram proferidas, bem como teorias sobre o motivo da manutenção, e que, em seguida, o serviço prestado pelo mecânico foi tarjado de “gambiarra”. “Assim, agindo, Mauro Neves incitou publicamente terceiros a se voltarem raivosamente contra a representada, inclusive incitando a população a proferir ameaças e ofensas a outras pessoas que prestam serviços para a empresa, ao ponto de tecerem comentários aos veículos como ‘sucatas e lixos circulando nas ruas’”.
A Prudente Urbano, por fim, diz que a pessoa jurídica também é portadora de honra objetiva, e que, portanto, não pode ignorar os danos e abalos morais sofridos. Desta forma, a representante solicita a instauração do inquérito policial, para que ele apure os fatos causados pela publicação.
A reportagem entrou em contato com Mauro Neves por telefone no início da noite de ontem, mas foi informada de que ele não iria se posicionar até ter conhecimento do pedido.