Empreendedorismo altera rotina de mulheres

Para consultora, grande parte do público feminino entra na área de negócios por necessidade e não como oportunidade de investimento

REGIÃO - SANDRA PRATA

Data 18/11/2018
Horário 05:11
Cedida - Daniela começou com o canal em 2015 e não esperava o sucesso
Cedida - Daniela começou com o canal em 2015 e não esperava o sucesso

Amanhã, 19 de novembro, é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data, criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2014, instigou Presidente Prudente a reservar o mesmo dia para celebrar as mulheres de negócios. Em alusão à data, desde 2017 a cidade – por meio da Lei 9.342/2017 – celebra o Dia Municipal da Mulher Empreendedora. O principal objetivo é a valorização da participação feminina nesse segmento. Por isso, a reportagem ouviu algumas personagens que fizeram do empreendedorismo seu meio de vida a fim de descobrir os prós e os contras de ser uma mulher de negócios.

Adiane Mitidiero é um exemplo dessas mulheres. Responsável por uma empresa de consultoria de pessoas e negócios, viu no empreendedorismo uma alternativa de profissão. “Depois de um longo período no exterior, eu e minha família voltamos ao Brasil e cheguei à conclusão que queria fazer algo diferente, foi então que decidi começar a empreender”, expõe. Com isso, hoje, além de empreender, ajuda outras pessoas a fazer o mesmo e escolheu um modelo de negócio que vai de encontro com o que desejava: ajudar de alguma forma a sociedade.

Outro exemplo de empreendedorismo bem-sucedido é a moradora de Tupi Paulista (SP), Daniela Fernandes da Silva, 37 anos. Hoje acompanhada por 159 mil seguidores em seu canal no Youtube, “Arte em Calagarça com a Dani”, a empresária não imaginava que chegaria nessas proporções quando começou com a iniciativa em 2015.

“As pessoas pediam muito para aprender, só peguei meu celular, gravei um vídeo e postei, não tinha a intenção de virar o que virou, é algo que a gente nunca espera”, revela. Os vídeos possuem a principal temática de ensinar a fazer amarradinhos de calagarça, técnica essa que a empreendedora define como uma versão mais fácil do crochê para tapetes e qualquer acessório à base de lã. Além disso, o canal serve como forma de divulgação para a loja virtual que possui, onde vende os produtos mostrados nos vídeos.

Para Daniela, desde que a autonomia entrou em sua vida, ela define como uma “benção de Deus”. Afinal, conforme explica, a fez alcançar coisas que “nunca imaginou”. Dentre elas, conta jurídica, aprender coisas sobre gestão, administração e fiscalização do andamento do próprio negócio. “Isso são coisas que contribuem para o nosso conhecimento”, expõe.

Oportunidade ou necessidade?

Embora a Daniela seja, para Adiane, um bom exemplo de mulher empreendedora, a consultora explica que no país a realidade parece positiva para esse tipo de segmento, porém, não é bem assim. De acordo com Adiane, o Brasil é responsável por um dos maiores índices de empreendedorismo entre as mulheres, porém, grande parte disso se localiza no empreendedorismo por necessidade.

Isso significa que, as mulheres empreendem por estarem desempregadas ou em busca de uma renda extra e não por analisarem o mercado e encontrarem oportunidades de investimento. “Normalmente, quem empreende por necessidade começa com competências que já possui, venda de bolos, decoração de unha, por exemplo. Já os que empreendem por oportunidade pesquisam o mercado e encontram chances de montar um negócio”, explana.

Ainda conforme a consultora, os negócios que são resultado de oportunidade normalmente estão mais ligados à inovação e tecnologia. “São empreendimentos que geram mais impacto na sociedade, crescem muito rápido e chamam funcionários”, relata.

Todavia, no geral, Adiane explica que o cenário só será mudado quando houver mais interesse em empreender por vontade e não como a única opção. Partindo disso, frisa que toda e qualquer mulher pode se tornar de negócios e deve seguir algumas orientações iniciais. “A primeira coisa é sonhar, mas não só isso, tem que ter garra para conquistar, tornar realidade. Buscar apoio também é essencial, pessoas e programas como o MEI [Micro Empreendedor Individual] estão aí para dar suporte e auxiliar em novos projetos”, ressalta.

 

 

 

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