O presidente da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Rosana, Denival Rosa de Souza, foi afastado do cargo por 60 dias, pelo juiz Ricardo Bárea Borges, da Comarca de Rosana. Ele e a esposa foram acusados de peculato, apropriação indébita, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, dispensa indevida de licitação e abuso de autoridade. A ação, solicitada pela Polícia Civil, foi deferida na tarde ontem. Além disso, a Justiça decretou quebra de sigilo bancário dele e da esposa, Luciana Zianni, com o suposto indício de que as práticas eram acobertadas por ela.
Ainda na tarde de ontem, a Polícia Civil realizou busca e apreensão domiciliar na casa do casal, e na sede da entidade, após parecer favorável do MPE (Ministério Público Estadual). Conforme consta no documento, a finalidade foi de “localizar e apreender documentos e valores de interesse” às investigações, a fim de identificar os autores dos crimes. Durante a busca realizada, foram localizados e apreendidos documentos, notas fiscais, planilhas contábeis e talões de cheque, além de computadores e pendrives.
Na decisão, o juiz cita que ao assumir a determinada função, é entendível que se deve “respeitar os princípios da moralidade, legalidade, impessoalidade, publicidade e eficiência”. Contudo, tudo indicava que tais princípios não estariam sendo respeitados. Com isso, o magistrado lista algumas irregularidades que estariam sendo feitas, como o recebimento de verbas públicas sem a necessária prestação de contas. “Há fortes indícios de que o representado estaria fazendo gastos com o conserto do veículo da entidade, sem a devida licitação. Ainda há a notícia de que o veículo teria sido danificado sob o uso do genro do representado, ao que parece em uso particular”, completa.
No documento, o juiz ainda cita a não prestação de contas, combinada com a ocultação de documentos, dentro da Apae. Os indícios foram fomentados depois que a Justiça recebeu supostas filmagens em que Denival teria ido até a entidade fora do expediente e ainda virado a câmera para o teto, na intenção de não ser reconhecido.
Desta forma, ficou decidido que o presidente e a esposa foram suspensos do exercício das funções na entidade, no entanto, sem prejuízo de eventuais vencimentos ou subsídios recebidos pelos dois. Com a quebra do sigilo bancário, o juiz determinou que fossem apresentados extratos bancários das partes, no período entre 1º de junho de 2017 até a presenta a data.
A reportagem entrou em contato com a Apae de Rosana, mas as ligações não foram atendidas. Além disso, tanto Denival quanto Luciana não foram localizados para comentar o assunto.