Em força-tarefa, ação de despejo ocorre dia 4 no camelódromo

Reunião realizada ontem, com autoridades competentes, definiu estratégias para a retirada de mercadorias; prazo para saída termina dia 3 de janeiro, conforme determinação da Justiça

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 27/12/2019
Horário 04:00
Arquivo - Por determinação judicial, boxistas devem deixar camelódromo até 3 de janeiro
Arquivo - Por determinação judicial, boxistas devem deixar camelódromo até 3 de janeiro

Em um dos desdobramentos que envolvem a situação do camelódromo de Presidente Prudente, no que diz respeito à reforma do local e ocupação dos boxistas, no início do mês a Justiça decretou a interdição do espaço de compras e determinou a retirada dos comerciantes até o dia 3 de janeiro. O pedido foi feito anteriormente pelo MPE (Ministério Público Estadual) e, na tarde de ontem, a Prefeitura confirmou que a ordem de despejo será acatada logo no dia seguinte, dia 4, no sábado.

As estratégias que serão usadas na espécie de força-tarefa para a retirada dos boxistas foram definidas na tarde de ontem, com autoridades competentes à situação: o próprio MPE, representado pelo promotor Jurandir José dos Santos, que está responsável pelo caso; Corpo de Bombeiros; Polícia Militar; Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo); Energisa Sul-Sudeste; Polícia e Receita Federal; bem como as secretarias municipais de Obras e Serviços Públicos; Comunicação; Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública; e a Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), à frente da situação.

O chefe da pasta, Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande, explica que a reunião tratou-se da identificação de estratégias de segurança, no que tange ao papel de cada órgão na hora de cumprir a determinação da Justiça. “As pessoas que estiveram lá presentes tiveram ciência do papel de cada um, dentro desse trabalho que será feito no dia 4, em cumprimento à determinação de retirar as mercadorias, para poder começar a reforma dia 6 [segunda-feira]”, pontua.

O secretário reitera que, “nessa altura do campeonato”, os boxistas precisam sair do camelódromo, pois é algo que já foge da alçada da municipalidade. “Não tem jeito de voltar atrás. Foi uma reunião séria, cautelosa e é algo bastante complicado. A palavra pacífica foi repetida várias vezes e, o boxista que entender a intenção final, vai sair de maneira ordeira”, completa. Casagrande diz ainda que espera que a situação não chegue a medidas extraordinárias, como utilização da polícia, “correria e spray de pimenta”. É válido lembrar que a juíza destacou, na decisão, a possibilidade “de retirada forçada e recolhimento” dos bens “pelo município”.

O recolhimento, por sua vez, estará alinhado com a Polícia e a Receita Federal, de acordo com o chefe da Sedepp, quando também será conferida a origem das mercadorias. “Mas tudo está sendo alinhado estrategicamente. Por exemplo, quantidade de 10 a 15 caminhões para transportar os produtos, o local para abrigar, entre outros”, afirma. Uma nova reunião está datada para o dia 2, quinta-feira, às 14h, a fim de “ajustar” os últimos pontos da força-tarefa.

O advogado que representa a Associação Novo Shopping Popular de Presidente Prudente, Anderson Martins Peres, declarou que os comerciantes vão resistir e não vão sair.

TRATATIVAS PARA

DEFINIR NOVO LOCAL

O que foi reiterado pelo secretário é que se trata de um cumprimento judicial. Mas isso não quer dizer que, no que diz respeito à definição de um novo local para os trabalhadores operarem, as portas estão fechadas. “Muito pelo contrário, a conversa continua e o que estiver ao alcance da Prefeitura será feito”, destaca.

Em reunião feita na segunda-feira, as partes voltaram a conversar e, na oportunidade, os boxistas apresentaram propostas, conforme o advogado. Dois locais foram sinalizados: às margens do terminal rodoviário e no terminal urbano. Ademais, questionaram a possibilidade de as obras serem feitas por etapas. “Tem que ser usado o bom senso. São famílias por trás de tudo”, lembra Anderson.

Mas, para Casagrande, se “a evolução que eles tiveram nos últimos dias tivesse ocorrido no começo de tudo, com certeza, o problema já estaria resolvido”.

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