Em caminhada, fieis clamam por paz e amor

Concentrados na Catedral de São Sebastião, seja fora ou dentro do prédio, o cantar se misturava com palmas, choros e agradecimentos, em um momento de fé sem igual

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 01/05/2018
Horário 13:11
Marcio Oliveira - Ao som da música Maria de Nazaré, marcha dos fieis começou na Catedral São Sebastião
Marcio Oliveira - Ao som da música Maria de Nazaré, marcha dos fieis começou na Catedral São Sebastião

“Maria de Nazaré, Maria me cativou. Fez mais forte a minha fé e por filho me adotou”. Com esses versos da composição de Padre Zezinho, a tradicional caminhada com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida foi iniciada ontem, em Presidente Prudente. Concentrados na Catedral de São Sebastião, seja fora ou dentro do prédio, o cantar se misturava com palmas, choros e agradecimentos, em um momento de fé sem igual. Em meio a tal corrente de espiritualidade, os fieis participantes deram relatos que clamam por paz e amor, diante de uma sociedade, como dita por eles, “carente de Deus”.

Do lado de fora da Catedral, por exemplo, a auxiliar de cozinha Sueli Aparecida Fernandes da Silva, 42 anos, esperava pela Santa que estava prestes a sair. De longe, era possível perceber o amor pela Virgem Maria, que literalmente estava estampada em suas vestes. Tal sentimento resplandece além das roupas, uma vez que ela afirma essa ligação com a Mãe do filho de Deus. “É um sensação de gratidão poder estar nesse momento”, completa.

Participante assídua do Caminhando com Maria desde a primeira edição, além de estar ali para agradecer, ela lembra que muitos só buscam a fé pelo interesse, e ainda menciona a ausência de Deus na vida das pessoas. “É um momento inexplicável esse amor. Amor esse que muitos deveriam praticar mais. As pessoas estão sem respeito um pelo outro, de forma que não é nem a religião que deve pregar, mas algo que deveria ser natural do ser humano”, completa Sueli.

Para a oficial de apoio em pesquisas, Nacir Bonfim da Silva, 61 anos, o que Sueli diz confirma a atual situação em que o país está. Ela não deixa de mencionar a violência que nos ronda, todos os dias, e faz um apelo em meio ao caminhar com a Santa. “A fé é o sinônimo da perseverança. Se estamos aqui é porque acreditamos em algo. Nós precisamos ter mais Deus no coração”, argumenta. Emocionada, e com as mãos a apertar um terço rosa que carregava, ela finaliza pedindo pela paz, diante de um momento tão grande de concentração pela fé.

Fé essa que, para muitos, é a tradução de conquistas. “O povo que não tem fé vive em guerra”. Com os olhos destinados à porta da Catedral, esperando pela Virgem Maria, essas foram as palavras do aposentado Agnaldo de Oliveira, 65 anos, ao ser questionado o porquê de estar ali. De maneira mais detalhada, ele não se intimida de dizer que se sente íntimo de Nossa Senhora, e vê a cerimônia como um sinal, uma confirmação do que a fé é capaz.

“Um homem sem fé não tem paz. A importância de estar aqui é para fortalecer esse sentimento que nos move. Todos temos que acreditar em algo que traduza o amor e paz um pelos outros, independente de qual religião seja. Eu encontroe essa paz em Maria”, finaliza Agnaldo.

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