De janeiro a setembro deste ano, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Presidente Prudente registrou 373 notificações de escorpiões na cidade, número que resultou em 809 animais capturados ou informados pelos proprietários de imóveis. Isso significa a aparição de, em média, três aracnídeos por dia em 273 dias. O total já se aproxima do resultado do ano passado inteiro, quando o órgão contabilizou, a partir de 554 ocorrências, 968 bichos coletados ou comunicados pelos cidadãos. O gerente da unidade, veterinário João Henrique Artero de Carvalho Leite, explica que a infestação de escorpiões é mais prevalente na zona leste do município, em função da maior densidade demográfica e da alta quantidade de terrenos baldios ou residências com condições de limpeza e higiene inadequadas.
João Henrique aponta que, nos bairros que compõem esta região, o CCZ intensifica as campanhas educativas voltadas ao controle populacional de escorpiões, uma vez que a erradicação é “impossível”. Isso porque esses animais estão há milhares de anos no planeta, apresentam diversas características de sobrevivência e, em áreas silvestres e rurais, têm função ecológica. Desta forma, o trabalho do órgão se concentra em combater a superpopulação no ambiente urbano a partir de modificações no ambiente. “E esta é a nossa maior dificuldade, porque os escorpiões encontram condições de abrigo e alimentação em imóveis com acúmulo de lixo e restos de materiais de construção. Isso só pode ser evitado a partir da manutenção de quintais e terrenos baldios”, esclarece. Ele também sugere estratégias para coibir a entrada dos aracnídeos no ambiente doméstico, como o uso de protetores de rodapé nas portas e telas nos ralos.
Segundo o gerente, ao identificar um escorpião em sua residência, o primeiro procedimento a ser adotado pelo morador é o registro da ocorrência junto ao CCZ, que ficará responsável por acompanhar a distribuição desses animais no bairro em questão. O cidadão também poderá agendar uma visita de técnicos em sua casa, a fim de receber orientações sobre medidas de prevenção. Nessa ocasião, a equipe observa os arredores do local em que o aracnídeo foi encontrado, considerando que a infestação pode ser proveniente de uma casa vazia, por exemplo. Se diagnosticado um imóvel em más condições de limpeza, o CCZ sinaliza o proprietário e concede um prazo para a adequação. Se não houver moradores ali, a notificação é emitida após busca no cadastro imobiliário. Quando descumprido o prazo, o indivíduo fica sujeito a penalidades.
João Henrique menciona que, muitas vezes, os moradores acham mais fácil adquirir uma galinha ou comprar veneno para eliminar a praga, mas estas não são alternativas recomendadas pelo órgão, já que tentativas de dedetização podem desalojar os animais e piorar a situação. “A melhor forma de prevenção é a manutenção do ambiente, justamente para evitar fatores que predisponham o aparecimento dos bichos”, reforça.
SERVIÇO
O CCZ pode ser acionado por meio dos telefones 3905-4220 e 3905-2156 ou pelo endereço Rua Presidente Castelo Branco, 93, Parque Castelo Branco.
