Em Presidente Prudente, munícipes fora de suas zonas eleitorais se preocuparam em comparecer a algum dos locais de votação para a justificativa. Para tanto, bastava apresentar o título de eleitor e um documento com foto para preencher o requerimento e deixar a sua situação regularizada. Quem não procedeu desta forma, agora tem 60 dias para levar a documentação comprobatória da impossibilidade de comparecimento ao cartório eleitoral de seu domicílio. Outra opção é o sistema eletrônico Justifica, no qual o cidadão preenche seus dados e anexa a documentação digitalizada. Aqueles que não cumprirem o devido prazo estarão sujeitos à multa no valor de R$ 3,51 por turno não votado, conforme esclarece a chefe de cartório da 402ª ZE (Zona Eleitoral), Letícia Macoratti de Castilho.
Moradora de Presidente Venceslau, a cuidadora de idosos, Silvana Rodrigues de Oliveira, 41 anos, começou um plantão de 48 horas às 7h de domingo e, por esta razão, não conseguiria retornar à sua cidade para o segundo turno. Sendo assim, aproveitou uma brecha durante a manhã para fazer a justificativa. No entanto, o desejo da eleitora era ter votado. “Queria fazer parte desse ato de democracia”, lamenta.
A estudante Daiane Amorim, 35 anos, é de Santa Catarina, mas reside em Prudente enquanto conclui a graduação em Medicina em uma universidade local. Como pretende voltar para casa após o fim do curso, não demonstrou interesse em transferir o título de eleitor e, enquanto isso, opta pela justificativa. “Não tive problema quanto a isso. Cheguei aqui e fui atendida rapidamente”, relata.
A dona de casa Maria Aparecida da Silva dos Santos, 50 anos, vive em Prudente há três anos, mas sua zona eleitoral continua em Campo Grande (MS). Em vez de solicitar a transferência, ela conta que prefere justificar. O motivo é a sua descrença no sistema político. “Não gostaria de ter votado. Deixei de acreditar nos candidatos depois de ver tanta sujeira e mentira. Pode ser que haja uma boa pessoa no cenário, mas fica difícil confiar. A população está desiludida”, comenta.
Maria Aparecida estava acompanhada da dona de casa Ivonete Mendes de Oliveira, 58 anos, que também justificou. Ela veio de Campo Grande para o aniversário de uma amiga e não viajou de volta para casa a tempo de votar. “Assim como no primeiro turno, queria ter votado. Desta vez, não pude, mas cumpri a minha responsabilidade de justificar”, conta.
Considerando que voltou a morar em Prudente há três meses, o empresário Edson Luiz de Sales, 55 anos, ainda não conseguiu correr atrás da transferência do seu título. “Saí de Prudente em 2002, fiquei fora por 16 anos e agora retornei. Sem sombra de dúvidas, teria votado se pudesse, mas agora vou me organizar para que eu já consiga na próxima eleição”, observa.
