Educador anseia por xadrez na grade escolar

Esportes - OSLAINE SILVA

Data 13/08/2019
Horário 06:00
Cedida - Celso destaca que, “para se tornar popular no Brasil, o xadrez precisa ser praticado”
Cedida - Celso destaca que, “para se tornar popular no Brasil, o xadrez precisa ser praticado”

De acordo com o professor de Educação Física, Celso Tomazelli, existe uma diferença muita grande do tipo de pessoas que joga xadrez em vários lugares do mundo. Segundo ele, a modalidade pode ser um esporte de massa porque é muito fácil, porém, o que falta é o incentivo como a Rússia faz: incluir o xadrez na grade escolar.

Ele destaca que para se tornar popular, tem que ser praticado e complementa citando como exemplo que, embora não na mesma proporção que o tênis de mesa, mas na China existe uma prática do esporte maior que no Brasil. “Nos Estados Unidos, o futebol americano é muito popular, também praticado nas escolas. Entende? A diferença é como se investe nas modalidades esportivas. No Brasil, ainda é muito fraco pelo número de considerados gênios. Acho que o xadrez deveria ser incentivado em idade escolar, lá quando são crianças porque é quando elas estão aguçadas querendo aprender de tudo”, frisa o professor.

Celso explica que o enxadrismo foi reconhecido como esporte pelo Comitê Olímpico Internacional no ano de 2001, tendo suas olimpíadas específicas e campeonatos mundiais em todas as suas modalidades. Conforme o professor, o xadrez pode ser considerado um esporte porque é organizado, têm suas entidades oficiais, regras fixas, competições nacionais e internacionais. Pode ainda ser praticado apenas como um jogo de recreação, uma brincadeira para todas as idades, de crianças a idosos. “Não precisa ser somente individual, mas também coletivo. Um exemplo é a modalidade do xadrez humano em que todo mundo pode ser uma peça do tabuleiro”, menciona.

Pode ainda ser também uma ciência porque as pesquisas científicas comprovam que o xadrez pode ter vários benefícios desde a saúde, ao raciocínio, a concentração, atenção. Pensa para fazer as coisas, busca possibilidades.

“E, finalmente pode ser uma arte porque se olharmos para a história do xadrez, existem partidas que são tão incríveis que mais parecem belas obras de arte! Por isso muita gente fala que o xadrez não é matemática pura, mas uma arte de combinação, de estratégias”, enfatiza o enxadrista.

 

Táticas e estratégias

Para esclarecer bem como são as táticas e estratégias de uma partida de xadrez, Celso pede que se imagine um jogo de basquete. As equipes não apenas marcam a partida e já vão se enfrentar. Antes, elas fazem um planejamento de como se comportarão em quadra, ainda que isso não dê totalmente certo.

A tática seria um conjunto de estratégias que será feito no jogo, como, por exemplo, que peça irá movimentar para ter uma vantagem material ou posicional. Qual o plano para ter um resultado melhor. “O que não quer dizer que se vencerá a partida com isso, mas a pessoa que tem uma estratégia e um estudo do que vai fazer antes de jogar tem boas chances na partida. Embora, o xadrez tenha milhões de combinações, então, geralmente, a maioria das pessoas joga xadrez em um nível intermediário. Enquanto um seleto grupo joga no nível avançado porque as possibilidades e estratégias em um jogo são infinitas”, pontua.

E, por isso, o professore e enxadrista enfatiza o quanto é preciso estudar, saber os tipos de abertura, como vai começar, conhecer os princípios do xadrez, assistir partidas, ver os movimentos das peças, criar obstáculos, armadilhas para o adversário, etc.

 

Mito ou verdade?

Quem joga com as peças brancas tem vantagem. Celso explica que quem começa o jogo é o condutor delas sim, mas não significa que é quem vai se dar bem ao final da partida. Independente do que acontecer, o número é sempre par. Segundo ele, dizem que quem joga com as brancas tem leve vantagem e para critério de desempate, quem vence a primeira mesa tem a chance de ganhar o mat. A soma dos quatro tabuleiros. Entenda com este exemplo: Prudente empata com Assis em 2 a 2. Quem ganhou a primeira mesa será o campeão. Se empatar, quem ganhou a segunda mesa é quem será o vencedor. E assim sucessivamente.

“Quem joga com as brancas tem a iniciativa de atacar, o que não significa que será o vencedor. Até porque se formos pesquisar, a maior quantidade de vencedores é de quem conduz as pretas”, afirma o enxadrista.

Celso comenta que costumam dizer que o maior jogador de xadrez é aquele que possui maior pontuação no rating FIDE (Federação Internacional de Xadrez) e na CBX (Confederação Brasileira de Xadrez). “O jogador mais forte é o que tem o rating mais alto. E atualmente o brasileiro que se destaca nesse sentido é Rafael Dualibe Leitão. Contudo, em minha opinião o maior jogador de todos os tempos se chama Henrique Costa Mecking, conhecido como Mequinho”, acentua Celso Tomazelli.

 

 

 

 

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