Educação presencial permite a formação de cidadãos mais críticos e socializados

EDITORIAL -

Data 12/05/2019
Horário 06:00

Com o objetivo de flexibilizar a educação no país, o governo federal propôs um projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar, modalidade em que pais ou tutores responsáveis assumem o papel de professores dos filhos. Até então, esta função está sob responsabilidade das escolas, que oferecem os recursos humanos e técnicos necessários para a formação dos estudantes. Embora a medida busque promover a pluralidade pedagógica e garantir à população uma nova possibilidade de ensino, sem que as crianças dependam diretamente das instituições para isso, é preciso analisar com afinco os prós e contras da iniciativa, a fim de evitar que a educação individualizada não comprometa o desenvolvimento pessoal e profissional de cada indivíduo.

Isso porque a escola ainda é o primeiro e principal ambiente de socialização das crianças, se desconsiderarmos o núcleo familiar. Ao ingressar numa instituição de ensino, os pequenos têm seu primeiro contato com pessoas que não faziam parte do seu convívio e, com isso, relações muito importantes começam a ser estabelecidas. Relações estas que contribuirão para a inclusão do cidadão em sociedade, de modo que desenvolva competências comunicativas e relações afetivas, aprenda a como se comportar em situações de cunho social, descubra a sua própria individualidade, entre outros processos fundamentais para a vivência coletiva e o respeito às diferenças.

Certamente, a socialização é um dos fatores mais comprometidos pela educação domiciliar, já que, apesar de ter a possibilidade de estudar nos horários mais convenientes e sobre áreas com que tenha mais afinidade, a criança será privada do ambiente escolar, lugar em que as relações interpessoais de fato ocorrem. Num mundo cada vez mais individualista, promover a integração entre crianças e adolescentes é o caminho ideal para construir uma sociedade mais unida. E um dos métodos para isso é combatendo a ideia de que a escola seja um espaço reservado apenas para o ensino-aprendizagem, quando, na realidade, ela é crucial para fomentar o processo de formação de cidadãos críticos e socializados.

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