DRS-11 apresenta 6ª maior taxa de mortalidade infantil

Índice é ligeiramente menor que o do ano anterior, quando os municípios da região registraram a taxa de 11,6 mortes por mil nascidos vivos

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 05/12/2018
Horário 04:00

O DRS-11 (Departamento Regional da Saúde), que corresponde à região de Presidente Prudente, apresenta a sexta maior taxa de mortalidade infantil, entre 17 regionais do Estado, com 11,5 óbitos por mil nascidos vivos. Os dados, referentes a 2017, foram divulgados nesta semana pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). O índice é ligeiramente menor que o do ano anterior, quando os municípios regionais registraram a taxa de 11,6 mortes por mil nascidos vivos. A Secretaria de Estado da Saúde atribui os dados de queda, por exemplo, ao incentivo ao aleitamento materno, ampliação do acesso ao pré-natal, expansão do saneamento básico e à vacinação em massa de crianças pelo SUS [Sistema Único de Saúde].

Para chegar aos dados, a Fundação Seade analisou a quantidade de população residente em cada um dos Departamentos Regionais da Saúde, o número de nascidos vivos e os óbitos infantis, que representam, em seguida, a taxa de mortalidade infantil. No ano de 2016, Presidente Prudente foi o DRS que apresentou a sétima maior taxa de mortalidade infantil (veja a tabela), com 108 óbitos, ficando atrás apenas de regiões como Barregos, Sorocaba e a Baixada Santista, que teve maior índice, com 13,8 mortes por mil nascidos vivos naquele período. Em nível de informação, a taxa do Estado foi de 10,9.

No ano de 2017, no entanto, mesmo apresentando um índice ligeiramente menor do que no ano anterior, a região apresentou a mesma quantidade de óbitos e subiu para o sexto lugar no ranking, devido, também, ao desempenho das demais regiões. No ano passado, dado mais recente e divulgado nesta semana pela Fundação Seade, a região apresentou 9.410 nascidos vivos e os mesmos 108 óbitos. No período em questão, a Baixada Santista permaneceu no topo da lista, desta vez com 14,2 mortes, seguida pelas regiões de Registro (12 mortes), Araçatuba e Marília (11,8), Sorocaba (11,6) e Presidente Prudente. A taxa do Estado, por sua vez, ficou em 10,7.

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio de nota, informa que o Estado de São Paulo é uma das áreas de menor risco de morte infantil do Brasil, e ressalta que a pasta tem executado ações e traçado medidas, com auxílio dos municípios, para melhorar ainda mais os indicadores citados, que permanecem sob monitoramento pelo governo estadual. “O aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, o incentivo ao aleitamento materno, a ampliação do acesso ao pré-natal, a expansão do saneamento básico e a vacinação em massa de crianças pelo SUS são as principais ações contra a mortalidade infantil”, lista.

Cenário local

A cidade de Presidente, segundo a Fundação Seade, apresentou uma queda no índice, já que, em 2016, foram 14,9 mortes por mil nascidos vivos e, em 2017, o município registrou a taxa de 10,8. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, é possível atribuir os valores à “rigorosa” intensificação dos acompanhamentos de gestantes nas unidades locais. “A cada vez que nos deparamos com uma morte infantil, sentamos em equipe para saber o que ocorreu, para identificar possíveis falhas e garantir que isso não se repita”. Ainda conforme o titular da pasta, há, inclusive, uma busca ativa de pacientes gestantes, que, algumas vezes, “não têm interesse em seguir com o acompanhamento sugerido”. “O trabalho começa ainda com a mãe, pois a mortalidade infantil, muitas vezes, depende do tratamento que é feito com a gestante”.

Em Presidente Epitácio, conforme a Fundação Seade, os dados em 2016 são: 584 nascidos vivos, quatro óbitos infantis e taxa de mortalidade em 6,9, valores que foram, respectivamente, para: 540 nascidos e seis mortes, o que elevou a taxa para 11,1. O secretário de Saúde, Migueias Alves de Oliveira, no entanto, lembra que os dados levados em conta pela administração local são os disponíveis pelo Ministério da Saúde através do site Data SUS, de forma que os números seriam: 614 nascidos vivos e os mesmos quatro óbitos em 2016 e 571 nascidos vivos e os mesmos seis óbitos no ano passado.

Com o objetivo de prevenir casos de aborto espontâneo e morte fetal em casos de gestação precoce e de risco, a Prefeitura realizou recentemente a aquisição de diversos exames voltados para as gestantes durante o pré-natal. O objetivo é oferecer exames aprofundados que serão importantes para o acompanhamento da gestação e que, até então, não eram oferecidos pelo SUS”. Ainda conforme o titular da pasta, como forma de prevenção são oferecidos, por exemplo, exames como os de toxoplasmose, glicose pós-carga, curva glicêmica e urocultura.

Taxa de mortalidade por Departamento Regional de Saúde no Estado de São Paulo (por mil nascidos vivos)
DRS (Departamento Regional de Saúde) 2016 2017
População Residente Nascidos Vivos Óbitos Infantis  Taxa de Mortalidade Infantil  População Residente Nascidos Vivos Óbitos Infantis  Taxa de Mortalidade Infantil 
DRS 01 - Grande São Paulo       20.579.717    305.243        3.434                   11,3   20.717.505    308.858          3.350                    10,9
DRS 02 - Araçatuba            747.633        8.796           111                   12,6        751.686        9.297             110                    11,8
DRS 03 - Araraquara            965.555      11.876           114                     9,6        971.945      12.213             119                      9,7
DRS 04 - Baixada Santista         1.765.431      23.844           330                   13,8     1.781.727      24.278             344                    14,2
DRS 05 - Barretos            419.758        4.929             57                   11,6        421.073        5.391               60                    11,1
DRS 06 - Bauru         1.697.022      21.452           219                   10,2     1.707.950      21.581             229                    10,6
DRS 07 - Campinas         4.369.741      58.666           536                     9,1     4.416.915      60.248             567                      9,4
DRS 08 - Franca            678.825        8.938             91                   10,2        683.157        9.243               75                      8,1
DRS 09 - Marília         1.093.539      13.211           164                   12,4     1.097.530      13.822             163                    11,8
DRS 10 - Piracicaba         1.491.458      18.826           177                     9,4     1.503.330      18.998             183                      9,6
DRS 11 - Presidente Prudente          740.674       9.287          108                  11,6      743.540       9.410            108                   11,5
DRS 12 - Registro            275.627        4.001             51                   12,8        276.398        3.988               48                    12,0
DRS 13 - Ribeirão Preto         1.422.566      17.286           173                   10,0     1.436.079      17.950             181                    10,1
DRS 14 - São João da Boa Vista            796.316        9.447             97                   10,3        799.663        9.877             112                    11,3
DRS 15 - São José do Rio Preto         1.535.140      17.775           148                     8,3     1.543.846      18.439             151                      8,2
DRS 16 - Sorocaba         2.375.727      33.311           396                   11,9     2.396.896      34.158             395                    11,6
DRS 17 - Taubaté         2.404.276      32.759           335                   10,2     2.425.293      33.508             370                    11,0
Fonte: Fundação Seade                
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