Eles são responsáveis por formar crianças, jovens e adultos, porém, mais do que isso, formar cidadãos. São diversas as profissões criadas a partir do conhecimento deles, que é repassado com amor, carinho e dedicação e com as diversas técnicas, como cantar, dançar e criar atividades extras. Em 15 de outubro, é celebrado o Dia do Professor e O Imparcial conta a história de três docentes, com aulas ministradas em escolas públicas, privadas e no ensino superior, com a visão de cada um deles sobre a importância da profissão, o que os motiva e os desafios encontrados dentro de sala de aula.
É o caso, por exemplo, do professor e coordenador do curso de Direito da Toledo Prudente Centro Universitário, Sérgio Tibiriçá, que já teve pelo menos 12 mil alunos e relata o amor pelo que faz. “Para mim, sempre foi um sonho e minha motivação é saber que estou colaborando e cumprindo com meu papel na formação de cidadão”, expõe.
Mas, antes de contar esta história, a reportagem ouviu o depoimento do professor de História, da Escola Estadual Monsenhor Sarrion, Lourival Cardozo da Silva, 61 anos. Com o sonho de cursar Direito ainda jovem, impedido pelas condições financeiras da época, o professor se viu diante de uma oportunidade de financiamento do governo para o atual curso, o que o fez chegar aos 32 anos de profissão. “No início de tudo, eu tinha muita esperança de mudanças. Vim de uma família não muito estudada e sou o único de quatro irmãos que fez um curso superior, então isso tudo ia além de cursar uma simples faculdade”.
Sempre dentro das salas de aula do ensino público, Lourival tem três filhos, sendo que todos estudaram no mesmo sistema de ensino, e apenas um não seguiu a profissão do pai. No colégio estadual há 12 anos, o profissional revela que “deve tudo” o que tem à escola pública, mas ressalta que há desafios no meio do caminho. “Principalmente em relação à violência, que chegou dentro da sala de aula. E não apenas a violência física, mas a verbal. Estou prestes a me aposentar e saio um pouco desanimado, mas não com a escola, mas com o ensino como um todo, pois não sei se teremos grandes melhorias”.
Já no Colégio Objetivo, está o professor de Educação Física, João Orlando Vandal, 53 anos, que atua há 30 anos na unidade. Motivado pela família, também composta por professores, ele ressalta que o cargo vai além de uma simples profissão. “É uma missão para todos nós. Missão de estar presenta na vida de cada um dos alunos e proporcionar a mudança em todos eles. Na minha disciplina, penso que o desafio está ligado à tecnologia, já que tudo isso tira a atividade física da população”, salienta. Sobre histórias marcantes, ele revela que há pouco uma ex-aluna, já com 36 anos, retornou à escola para convidá-lo para o casamento dela. “Percebemos o quanto fazemos parte da vida dessas pessoas”.
Por fim, o docente da Toledo Prudente Centro Universitário, mencionado no início deste texto, ressalta que se formou em Direito em 1981 e viu na profissão de professor uma escada para o sucesso pessoal e profissional, que contou com o incentivo de sua família. “Na unidade, estou desde 1998 e penso que dentre os maiores desafios, está o de incentivar os seus alunos a não desistirem. Fora isso, eu me alegro com as alegrias deles, e fico feliz com a conquista de cada um deles, pois sim, eu conheço todos os mais de 12 mil que passaram por mim”, lembra.
Questionado sobre o que uma pessoa precisa ter para ser um bom professor, ele ressalta que a docência se trata de uma vocação, um dom que já nasce com o indivíduo e contribui para o processo de aprendizado. “Precisamos saber descobrir os diversos talentos que passam por nós”.
