Desmatamento e mudanças climáticas

OPINIÃO - Marco Antônio Del Grande

Data 05/04/2019
Horário 05:21

O desmatamento é um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas, perdendo apenas para a queima de combustíveis fósseis. O desmatamento contribui para as emissões atmosféricas de gases de efeito estufa, por meio da combustão da biomassa florestal e da decomposição do material vegetal remanescente e do carbono do solo. Estudo conduzido pela National Science Foundation descobriu que a biodiversidade e a diversidade genética são co-dependentes. Logo, se qualquer um dos tipos for removido do sistema, o ciclo pode falhar e a comunidade será dominada por uma única espécie. As florestas são o sumidouro atmosférico de carbono da natureza. As plantas absorvem dióxido de carbono atmosférico e convertem o carbono em açúcares e materiais vegetais através do processo de fotossíntese. O carbono é armazenado dentro das árvores, vegetação e solo das florestas. Estudos mostram que “florestas intactas”, na verdade, sequestram carbono.

No entanto, o desmatamento interrompe os processos de sequestro de carbono e afeta os climas localizados. Um grande fator contribuinte para o desmatamento é a indústria madeireira. A razão por trás disso é devido à extração de madeira, uma vez que é tão comum devido à frequente utilização da produção de madeira no cotidiano de muitas pessoas. Além disso, a crescente demanda por produtos madeireiros de baixo custo só apoia as empresas madeireiras para continuarem a exploração florestal. O carbono emitido do processo de conversão de madeira para produtos madeireiros são responsáveis por cerca de 15% das emissões de carbono no meio ambiente. Outro fator importante de desmatamento é o crescimento da urbanização.

A urbanização é o processo de limpar uma grande área de terra para construir mais espaço vital. Como resultado da expansão da terra para fins residenciais e urbanos há uma quantidade significativa de perda florestal. Como a população humana continua aumentando ao longo dos anos, a demanda e as necessidades por áreas desmatadas também aumentam. Isso significa que mais terra é necessária para ser limpa, a fim de construir mais casas, usos recreativos e agricultura. Além disso, a urbanização também promove a industrialização, para crescer e exigir mais terra para fornecer aos consumidores os produtos alimentícios demandados.

A criação de gado é também outra importante fonte de desmatamento, pois exige grandes porções de terra para criar rebanhos de animais e plantações para as necessidades de consumo animais. De acordo com o Greenpeace, a indústria de gado é responsável por uma quantidade significativa de emissão de metano. Isso ocorre porque os especuladores queimam enormes áreas de floresta tropical para pastagem. Outra importante causa de desmatamento e degradação é a agricultura.

De acordo com a Universidade de Wageningen, mais de 80% da causa do desmatamento é oriundo da agricultura. Um aumento contínuo da demanda por madeira e produtos agrícolas é apenas um direcionamento crítico. A floresta está dando lugar à plantação de milho, soja, óleo de palma, arroz e muitos outros produtos altamente exigidos. Essas demandas crescentes por certos produtos e arranjos de comércio global causam conversões florestais, o que acaba levando à erosão do solo. O solo superior muitas vezes erode após as florestas serem desmatadas, o que leva ao aumento da sedimentação em rios e córregos. Com o tempo, a terra agrícola se degrada e se torna quase inútil, fazendo com que os produtores encontrem novas terras produtivas.

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