Desabastecimento atrasa vacinação

Faltam, como no Brasil todo, as vacinas pentavalente e DTP nos posto de saúde da região; governo informa que pretende normalizar a situação ainda no mês de janeiro

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 10/01/2020
Horário 05:38
Isadora Crivelli - Cadeiras vazias do Palácio da Saúde refletem a falta de vacinas para crianças de 2 meses a 4 anos
Isadora Crivelli - Cadeiras vazias do Palácio da Saúde refletem a falta de vacinas para crianças de 2 meses a 4 anos

A região de Presidente Prudente enfrenta há alguns meses a falta de vacinas pentavalente e DTP (tríplice bacteriana), aplicadas em crianças entre dois meses e quatro anos e que imuniza contra doenças como influenza, hepatite B, difteria, tétano e coqueluche.

A principal cidade da região sofre com o problema. No Palácio da Saúde, um dos principais centros de vacinação de Prudente, os pais, já informados da falta, raramente vão em busca das vacinas, antes disso, ligam para saber se lotes já foram entregues. As enfermeiras afirmam que já possuem grandes filas de espera.

O secretário de Saúde de Presidente Prudente, Valmir da Silva Pinto, afirma que o Ministério da Saúde, órgão do governo federal responsável pela distribuição das vacinas, informou à Prefeitura que houve problema em determinado lote, o que tornou a distribuição inviável, algo que trouxe reflexos em nível nacional.

Valmir afirma que a única opção é esperar que a pasta federal envie as vacinas à Secretaria Estadual de Saúde, e esta, por sua vez, distribua aos municípios paulistas, tendo em vista que a Prefeitura comprar por conta própria implicaria em dois problemas: o dos custos, pois a secretaria, segundo Valmir, não tem como arcar; e a viabilidade técnica, já que a saúde municipal não dispõe de profissionais que atestem a qualidade de determinadas marcas que circulam no mercado. Aos que têm condições financeiras, resta, por enquanto, a opção de adquirir a pentavalente e a DTP no meio privado.

EM OUTRAS CIDADES

A FALTA SE REPETE

Em Dracena, a enfermeira da VE (Vigilância Epidemiológica), Karina Akiama, afirma que desde 20 de dezembro a rede municipal não possuei estoque da pentavalente, e que a Prefeitura aguarda o governo para o restabelecimento.

Em Presidente Venceslau, por sua vez, a chefe da VE, Lydiana Prieto, informa que somente a vacina DTP está em falta no município, há 3 meses. “Todas as crianças de um a três anos de idade estão sendo vacinadas com a pentavalente e as de 4 anos com a vacina dtPa-R, conforme orientação emitida pela Secretaria de Estado da Saúde. Até o momento não há previsão de reposição da vacina DTP”, explica.

A situação de caráter nacional se repete em Presidente Epitácio. A enfermeira da VE, Kainara Francine Duarte Alves Pesqueira, 29 anos, afirma que desde setembro as vacinas estão em falta, e que se a distribuição não for restabelecida, logo causará impactos na saúde municipal.

A única cidade que afirmou que o problema já está sendo resolvido é Adamantina, e sua região, isso porque estão vinculados ao GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) de Marília, enquanto todas as outras estão vinculadas à Presidente Prudente. Por lá, na sexta-feira da última semana, foram recebidas 300 doses da vacina DTP. “Segundo informações dadas por telefone, a Vigilância Epidemiológica de Marília recebeu a vacina pentavalente e enviará para os municípios até a próxima semana. O último lote foi recebido em novembro de 2019”.

NOTAS DA SAÚDE

ESTADUAL E FEDERAL

A Secretaria de Estado da Saúde informa que “a responsabilidade da aquisição e distribuição das vacinas pentavalente e DTP é do Ministério da Saúde”. “O Estado apenas redistribui para os municípios. Com a última remessa recebida de DTP, foram enviadas 4 mil doses à região de Presidente Prudente, em dezembro. Quanto à pentavalente, foi recebido um novo quantitativo e 10 mil doses serão destinadas à região até a próxima semana”.

Já o Ministério da Saúde ressalta que distribuiu mais de 4,7 milhões de doses da vacina pentavalente aos Estados de todo o país em 2019. Para São Paulo, foram enviadas mais de 992 mil doses. Acrescenta que uma nova remessa aguarda parecer da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) para posterior liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Tão logo essas doses sejam liberadas para uso, serão distribuídas aos Estados”. Informa ainda que a previsão é iniciar o processo de regularização da distribuição ainda neste mês de janeiro. “Quando os estoques forem normalizados, o SUS [Sistema Único de Saúde] fará busca ativa das crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade, para vaciná-las”, salienta.

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