O número de denúncias de supostos abusos sexuais cometidos pelo médico Augusto César Barreto Filho, 74 anos, não param de crescer. Desde a prisão do cardiologista, ocorrida na sexta-feira, a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) em Presidente Prudente já confeccionou mais quatro boletins de ocorrências de mulheres que acusam o profissional de ter cometido crimes durante as consultas médicas de rotina. No total, são contabilizadas 41 denúncias que estão sendo investigadas pela Polícia Civil, sendo que três delas foram feitas na segunda-feira, e outra ontem pela manhã.
Conforme a DDM, a orientação é para que as mulheres que tenham sido vítimas dos supostos crimes entrem em contato com a delegacia para que seja efetuado o boletim de ocorrência. Vale lembrar que o documento será elaborado apenas de maneira presencial, onde as escrivãs estarão aptas a atender as mulheres. No fim da tarde de ontem, a reportagem questionou as idades das vítimas, porém, foi informada de que o dado não estava disponível no momento.
Denúncia do MPE
Como noticiado por este diário, Augusto César Barreto Filho está preso preventivamente na Penitenciária de Lucélia, acusado de ter praticado crimes de violência sexual contra pacientes em Presidente Prudente. A denúncia ocorreu por meio do MPE (Ministério Público Estadual), que encaminhou à Justiça o pedido de prisão do cardiologista diante das acusações de 15 mulheres, número que cresceu após a divulgação do caso.
Em entrevista a este diário, a delegada Adriana Pavarina disse que as informações preliminares obtidas pela investigação dão conta de que os relatos dos atos libidinosos são praticamente semelhantes. “Elas descrevem que durante o exame clínico de rotina o cardiologista pedia para aferir a pressão arterial e escutar o coração, momentos em que se aproveitava para praticar os atos como colocar a mão da vítima no pênis, passar as mãos nos seios e vagina”, afirma Adriana.
Os supostos crimes ocorriam dentro do consultório em que o médico atendia, localizado no 5º andar de um prédio localizado na Avenida Washington Luiz, área central de Prudente. Durante o andamento da investigação, a polícia chegou a receber denúncias de casos que poderiam ter ocorrido há pelo menos 25 anos. Na sexta-feira, João Pedro Bressane de Paula, juiz da 2ª Vara Criminal na cidade, decretou a prisão preventiva do cardiologista, que se entregou no mesmo dia na sede da DDM.