Deixar carteira de vacinação dos pequenos desatualizada é inadmissível

EDITORIAL -

Data 07/07/2018
Horário 04:46

Todos os anos, quando campanhas de imunização são lançadas para que o público-alvo não seja acometido por doenças, como a gripe, é a mesma “novela”: baixa adesão, prorrogações, meta não atingida em determinados grupos. É difícil entender os motivos que levam pessoas que deveriam se proteger – até por sua saúde e imunidade mais frágeis – deixarem de ir até os postos colocar a carteira de vacinação em dia. Pior ainda quando a responsabilidade recai sobre os pais, e eles não levam os pequenos para se imunizar contra doenças que podem deixar sequelas e até levar à morte. Inúmeros são os casos suspeitos de H1N1 na região. Isso sem contar os óbitos confirmados decorrentes deste tipo de vírus. Por que, então, muitas pessoas insistem em deixar de lado a oportunidade de se vacinar?

Nesta semana, O Imparcial noticiou que três municípios regionais - Estrela do Norte, Nova Guataporanga e Ouro Verde - apresentam baixos índices de cobertura vacinal contra a poliomielite em crianças menores de 1 ano. Tal cenário deixa as cidades vulneráveis e propensas a um risco de surto da doença. É estarrecedor pensar que a negligência de quem deveria se responsabilizar pela saúde e bem-estar dos pequenos pode terminar em consequências terríveis. Isso porque, mesmo com a pólio erradicada do Brasil desde 1990, é fundamental a manutenção das elevadas coberturas vacinais, acima de 95%, para evitar a reintrodução do vírus no país.

Nunca é demais lembrar que a poliomielite pode causar paralisia, uma alteração nervosa que ocasiona alteração muscular e, em casos mais graves, pode levar à morte. Com a ampla e incansável divulgação de que é extremamente importante seguir corretamente o calendário de vacinação, não há como alegar que falta informação. A teimosia de muitos pais em encarar a imunização dos pequenos como algo “desnecessário” coloca em risco não somente a saúde do próprio filho, mas de todas as demais crianças de sua convivência. Portanto, manter a carteira em dia é um gesto de amor e preocupação.

Infelizmente, em plena era do excesso de informação, as pessoas parecem estar cada vez mais alienadas. Muitas preferem acreditar em “fake news”, como as notícias que vez ou outra aparecem por aí, propagando teorias da conspiração contra as vacinas. Em vez de usar as redes para se informar com fontes duvidosas, vale muito mais a pena buscar informações sobre como viviam as famílias que já foram acometidas pela doença. Talvez este choque de realidade reflita em conscientização para aqueles que desconhecem as terríveis consequências da poliomielite.

 

 

 

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