DDM investiga suposto caso de pedofilia em Prudente

Pai de adolescente flagrou conversas íntimas entre filho e professor de filosofia; caso está em segredo de Justiça

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 19/02/2019
Horário 05:18

A DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) abriu inquérito para investigar um suposto caso de pedofilia cometido por um professor de filosofia de uma escola, em Presidente Prudente. O crime teria ocorrido nas férias escolares deste ano, quando o pai de um adolescente flagrou a troca de mensagens carinhosas entre ele e o docente que, mais tarde, tomaram teor sexual. Procurada pela reportagem, a DDM não se manifestou, porque o caso está sendo investigado em segredo de Justiça.

De acordo com o pai do adolescente, que teve a identidade preservada pela reportagem, a descoberta da troca de mensagens ocorreu no fim de janeiro, quando o filho passava as férias escolares em sua residência na cidade de São Paulo (SP). Depois de ter participado de um trabalho comercial em um videoclipe musical, o genitor resolveu acessar a conta do filho em uma rede social para postar as fotografias tiradas durante o evento. “Ele estava bastante empolgado com a participação, então, resolvi publicar as imagens para ele logo que chegamos em casa”. “Enquanto meu filho jogava videogame, resolvi analisar a conta para fazer o gerenciamento, e foi então que percebi conversas estranhas com o homem”, relata o pai.

Conforme informou a este diário, os textos traziam mensagens de carinho e amor, o que o deixou preocupado devido ao fato de que a pessoa que estava na outra conta se tratava de um adulto, que chegou a chamar o menor de idade de namorado. “Questionei o meu filho sobre quem se tratava, e ele disse que era o professor de filosofia da escola. Uma pessoa que, segundo ele, é legal e trata todo mundo bem, com respeito”. Desta forma, o pai manteve a calma e conversou com a vítima a respeito do fato.

“Sem perceber”

A fim de conseguir mais detalhes sobre o que já havia sido constatado com a leitura das mensagens, o pai resolveu acessar a conta e se passar pelo próprio filho para conversar com o professor. “Eu comecei a me passar por ele para tirar todas as informações que poderia. O problema não diz respeito à questão da homossexualidade, a gente já está acostumado e é aceitável, cada um trilha o seu caminho. Mas, pedofilia é crime”, lamenta o genitor. No decorrer da investigação feita por ele mesmo, observou que a conversa chegou a tomar teor sexual, o que o deixou preocupado.

O caso ganhou repercussão na mídia no começo deste mês, depois que o pai concedeu entrevista a um programa jornalístico na capital paulista. “As pessoas precisam saber que existe pedofilia em todos os lugares. Quando eu vi os comentários nas redes sociais após a reportagem, percebi que a visão do ser humano é muito deturpada quanto a este assunto”. De acordo com o denunciante, depois que a polícia tomou conhecimento do caso, a escola onde a vítima estuda afastou o professor da unidade, enquanto a investigação segue em andamento.

Por telefone, a Delegacia de Defesa da Mulher em Prudente afirma que o boletim de ocorrência já chegou ao conhecimento das autoridades, que estão investigando a denúncia em segredo de Justiça. Desta forma, não foram fornecidas informações a respeito da idade do professor, bem como o endereço da unidade escolar onde lecionava ou se já prestou depoimento para esclarecer os fatos relatados. 

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