Cultura de imprudência no trânsito deve ser eliminada por conscientização

EDITORIAL -

Data 08/02/2018
Horário 13:26

Um motociclista de 18 anos se envolveu em uma lesão grave em um acidente de trânsito anteontem. Um jovem de 21 foi encaminhado para o hospital em estado grave, também após se envolver em uma colisão, enquanto dirigia sua motocicleta. O que há de comum nos casos: homens, jovens, vítimas de acidentes de trânsito.

Não à toa noticiamos hoje que os homens são os que mais morrem no trânsito, na região de Presidente Prudente. No ano passado, com 112 mortes, representavam quase três vezes mais que os 31 óbitos de mulheres. Em 77 dos casos em que faleceram nas colisões, eles estavam na direção dos veículos no momento das ocorrências. Já para as mulheres isso só ocorreu em seis dos casos.

Já no âmbito nacional, trazemos ao leitor hoje o dado de que o número de indenizações pagas por morte no trânsito pelo Seguro Dpvat cresceu 23% em 2017, correspondendo a 41.151 indenizações. Em relação aos casos de morte, o São Paulo está no topo da lista dos que apresentam maior número de sinistros pelo segundo ano consecutivo.

Esse cenário, sem dúvida se relaciona com uma cultura machista e irresponsável no trânsito, que empodera homens em carros grandes, excesso de velocidade, manobras perigosas, ausência do uso de cinto de segurança e embriaguez ao volante. Atitudes estas que são “normais” diante da cultura atual, mas profundamente danosas não só à vida de quem dirige o carro dessa forma, mas daquele que acaba sendo a vítima inocente da imprudência do outro.

O cenário só mudará quando isso deixar de ser “bonito” diante dos olhos de muitos, e quando a mocidade em si passar a condenar esse comportamento típico da adolescência tardia. O papel dos pais é extremamente importante neste sentido, na fiscalização dos filhos, ainda que maiores responsáveis. Em muitos casos, um olhar mais próximo e atento pode evitar, inclusive, a perda de um filho. Essa normalização de uma direção digna da franquia “Velozes e Furiosos” precisa ser combatida de forma incisiva por meio da conscientização dos jovens, visto que informação não falta a respeito da punição para esse tipo de conduta, extremamente irresponsável.

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