Crianças ficam em casa à espera de transferência

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 03/02/2018
Horário 13:07
Márcio Oliveira, Lilian espera por uma solução para levar as crianças à escola
Márcio Oliveira, Lilian espera por uma solução para levar as crianças à escola

O calendário escolar do ano letivo de 2018 das escolas municipais de Presidente Prudente teve início na manhã de ontem, quando 19 mil alunos da educação infantil e fundamental eram aguardados nas 68 unidades escolares. O primeiro dia de aula, no entanto, não foi vivenciado por alguns estudantes, uma vez que os pais aguardam retorno aos pedidos de transferências realizados no dia 22 de janeiro. Pela falta de contato entre a Prefeitura e os pais, como afirmam, muitas famílias se dirigiram à Defensoria Pública do município, que por sua vez entrou com medidas administrativas. A Seduc (Secretaria Municipal de Educação) foi procurada pela reportagem, por meio de telefone e também via e-mail, mas não se posicionou até o fechamento desta edição.

A analista fiscal Lilian Sayuri Hojo, 30 anos, é uma das pessoas que passam por esta situação. A filha mais nova, Luna, de seis meses, precisou ser matriculada na Escola Municipal Dirce Mascarenhas, uma vez que a unidade procurada, a Escola Municipal Maria Regina Dal Poggeto Ribeiro, local em que o irmão estuda, afirmou não ter disponibilidade de vagas para a pequena. “Meu filho mais velho, o Kauan, tem três anos e já está habituado. Gostaria de colocá-los juntos para que o transporte fosse apenas um e que eles estivessem juntos nesse período escolar”, salienta.

O pedido foi realizado no dia 22 de janeiro, mas até o momento a família não obteve retorno sobre a solicitação. Questionada sobre a ida das crianças no primeiro dia de aula, ontem, a mãe afirma que enquanto a transferência não for resolvida, os filhos não sairão de casa. “Prefiro esperar, pois caso contrário eles terão de passar cada um por dois processos de adaptação, já que, se o pedido da minha filha for negado, tentarei levar o Kauan para a escola dela”.

Já Daniela Assunção, 30 anos e dona de casa, tem um filho de quatro anos matriculado na Escola Municipal Giseli Dalefi, que fica no Vale do Sol, e pediu a transferência do menino para a Escola Municipal João Bohac, que fica próxima da sua residência, no Jardim Brasília. “Eu não poderia perder a vaga dele, por isso matriculei na unidade. Mas é uma viagem muito grande para atravessar a cidade, por isso optei por solicitar a transferência”, afirma.

O pedido também foi realizado no dia 22 de janeiro e Daniela comenta ter ligado por diversas vezes na Seduc, inclusive ontem, para solicitar um posicionamento, ligações essas que não foram atendidas. A criança também precisou ficar em casa no aguardo pelo retorno da Prefeitura.

A reportagem entrou em contato com a Seduc no início da tarde de ontem, por telefone, mas foi informada de que o contato deveria ser via e-mail e junto à Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), uma vez que a reposta seria eletrônica. A Secom, por sua vez, afirmou que o contato deveria ser via telefone com a responsável pela pasta, Sônia Maria Pelegrini, que não retornou os dois contatos até o fechamento desta edição, no início da noite de ontem.

 

Prefiro esperar, pois caso contrário eles terão que passar cada um por dois processos de adaptação

Lilian Sayuri Hojo,

analista fiscal

 

Medidas administrativas

Preocupados, pais procuraram a Defensoria Pública do município na intenção de obter um auxílio na resolução da causa. O órgão esclarece que é diário o atendimento às famílias e lembra que o apoio é feito a partir de um pedido administrativo, que, se negado, passa para a esfera judicial. “Não há um prazo para que a demanda seja resolvida, mas não chega a três meses, já que são pedidos de urgência”.

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