Corredor florestal ganha 150 mil mudas

Ação contemplou 70 hectares da fazenda Estrela, localizada no entorno da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto

REGIÃO - Da Redação

Data 22/06/2019
Horário 06:23
Cedida/Instituto Ipê - Projeto foi desenhado via compensação ambiental e vai além dos benefícios ambientais
Cedida/Instituto Ipê - Projeto foi desenhado via compensação ambiental e vai além dos benefícios ambientais

Mais 150 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica agora fazem parte do Corredor Florestal do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), no Pontal do Paranapanema. O local é o maior já restaurado na Mata Atlântica, com 20 quilômetros e mais de 2,7 milhões de árvores, conectando as principais unidades de conservação da região, a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto e o Parque Estadual Morro do Diabo. Com as novas árvores, o corredor ganha mais 6 km em extensão.

O plantio desta fase do corredor norte faz parte de uma parceria entre a empresa Atvos e o Programa Nascentes, da Sima (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo). Ao todo, foram plantados 70 hectares na fazenda Estrela, localizada no entorno da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto.

A área escolhida para a implantação do projeto pertence à Destilaria Alcídia, um local prioritário para restauração florestal e que, restaurado, é capaz de conectar áreas verdes, melhorando o trânsito de animais e contribuindo para a conservação de espécies como o mico-leão-preto, símbolo do Estado de São Paulo.

Geração de renda

O projeto de restauração foi desenhado via compensação ambiental e vai além dos benefícios ambientais, pois garantiu geração de renda para as comunidades envolvidas, que prestaram serviços florestais e de comercialização de mudas de espécies nativas, a partir de oito viveiros comunitários, para a realização da ação. Além disso, utilizou uma Área de Reserva Legal de uma propriedade particular, prevista no Código Florestal, para o seu plantio.

“Projetos como esse mostram como é possível aliar conservação ambiental com inclusão, geração de renda e políticas públicas. Uma combinação que beneficia empresas, comunidades, sociedade civil e governo. Só mostra ainda mais a importância das reservas legais e das áreas de preservação permanente para a Mata Atlântica e que elas podem, de fato, transformar a região como vêm fazendo, a exemplo dos corredores que, implementados há 20 anos, já mostram sua eficácia para a conservação da água e no combate à extinção de espécies e das mudanças climáticas”, afirma Laury Cullen Jr., pesquisador do Ipê e coordenador do projeto Corredores da Mata Atlântica.

Ao todo, o projeto do corredor norte beneficiou 300 produtores com capacitação em conservação da biodiversidade, 20 produtores rurais e membros da comunidade local nos programas de capacitação, 120 produtores rurais na produção de mudas nos viveiros agroflorestais e 40 produtores na prestação de serviços de plantio e manutenção florestal. Para isso, uma equipe de 20 profissionais foi envolvida: coordenadores, educadores, extensionistas e pesquisadores da equipe técnica.

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