Mais 150 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica agora fazem parte do Corredor Florestal do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas), no Pontal do Paranapanema. O local é o maior já restaurado na Mata Atlântica, com 20 quilômetros e mais de 2,7 milhões de árvores, conectando as principais unidades de conservação da região, a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto e o Parque Estadual Morro do Diabo. Com as novas árvores, o corredor ganha mais 6 km em extensão.
O plantio desta fase do corredor norte faz parte de uma parceria entre a empresa Atvos e o Programa Nascentes, da Sima (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo). Ao todo, foram plantados 70 hectares na fazenda Estrela, localizada no entorno da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto.
A área escolhida para a implantação do projeto pertence à Destilaria Alcídia, um local prioritário para restauração florestal e que, restaurado, é capaz de conectar áreas verdes, melhorando o trânsito de animais e contribuindo para a conservação de espécies como o mico-leão-preto, símbolo do Estado de São Paulo.
Geração de renda
O projeto de restauração foi desenhado via compensação ambiental e vai além dos benefícios ambientais, pois garantiu geração de renda para as comunidades envolvidas, que prestaram serviços florestais e de comercialização de mudas de espécies nativas, a partir de oito viveiros comunitários, para a realização da ação. Além disso, utilizou uma Área de Reserva Legal de uma propriedade particular, prevista no Código Florestal, para o seu plantio.
“Projetos como esse mostram como é possível aliar conservação ambiental com inclusão, geração de renda e políticas públicas. Uma combinação que beneficia empresas, comunidades, sociedade civil e governo. Só mostra ainda mais a importância das reservas legais e das áreas de preservação permanente para a Mata Atlântica e que elas podem, de fato, transformar a região como vêm fazendo, a exemplo dos corredores que, implementados há 20 anos, já mostram sua eficácia para a conservação da água e no combate à extinção de espécies e das mudanças climáticas”, afirma Laury Cullen Jr., pesquisador do Ipê e coordenador do projeto Corredores da Mata Atlântica.
Ao todo, o projeto do corredor norte beneficiou 300 produtores com capacitação em conservação da biodiversidade, 20 produtores rurais e membros da comunidade local nos programas de capacitação, 120 produtores rurais na produção de mudas nos viveiros agroflorestais e 40 produtores na prestação de serviços de plantio e manutenção florestal. Para isso, uma equipe de 20 profissionais foi envolvida: coordenadores, educadores, extensionistas e pesquisadores da equipe técnica.