Corpo de veterinário prudentino é cremado no PR

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 25/03/2018
Horário 09:54
José Reis , Corpo de Célio foi velado ontem na Casa de Velório Athia e foi cremado em Londrina (PR)
José Reis , Corpo de Célio foi velado ontem na Casa de Velório Athia e foi cremado em Londrina (PR)

O corpo do médico veterinário Célio Nereu Soares, 47 anos, responsável pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Presidente Prudente, foi velado ontem, na Casa de Velório Athia e cremado às 17h, em Londrina (PR). Célio morreu no fim da tarde de sexta-feira, após sofrer um infarto fulminante. À frente do órgão, que é responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas por animais, através do controle de populações de cães e gatos, o veterinário empreendeu uma árdua luta contra a LVC (Leishmaniose Visceral Canina) ao longo dos últimos anos, diante da grande quantidade de casos na cidade – tendo encerrado 2017 com 468 casos da doença, e já possuindo 15 confirmações nos primeiros meses deste ano.

Célio tomou posse como servidor efetivo da Prefeitura em novembro de 2008, lotado na Secretaria Municipal de Saúde, conforme nota encaminhada pela Secom (Secretaria Municipal de Comunicação). No ano seguinte, tornou-se o médico veterinário responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses, cargo que ocupou por mais de oito anos. O CCZ foi criado em 2016 pelo Poder Executivo.

Segundo a nota, Célio Nereu obteve reconhecimento nacional em campanhas de prevenção de doenças, mapeamento e controle da população animal e adoção de cães e gatos.  Em 2011, deu início ao trabalho de chipagem de toda a população canina da cidade – estimada em cerca de 50 mil. O objetivo era incentivar a posse responsável desses animais, retirá-los das ruas e manter um controle das zoonoses, combatendo principalmente a leishmaniose visceral. “O governo de Prudente lamenta profundamente a perda de um servidor exemplar e se solidariza com familiares, amigos e funcionários da Secretaria Municipal de Saúde”, finaliza.

 

“Só fica a saudade”

De acordo com a filha, Isabela Mylena Soares, 20 anos, Célio tinha uma doença no coração, relacionada com a arritmia, sendo que durante os anos em que viveu com ela precisou passar por “choques” no coração, para que ele funcionasse normalmente. Isso ocorreu duas vezes. “Na terça-feira, ele passou pela terceira vez pelo procedimento que estimula os batimentos e, em seguida, começou a reclamar de incômodos, mas não quis ir a um hospital e não acreditou que seria algo relacionado à doença”.

Conforme Isabela, o pai teria passado recentemente no processo seletivo do programa de mestrado em uma área da Geografia, na Unesp (Universidade Estadual Paulista), o que seria motivo de comemoração na noite de sexta-feira. “Meus pais se arrumavam para saírem para uma comemoração, pois era o sonho dele juntar o mapeamento da cidade na área canina, que ele estudaria, e relacionar com o serviço feito no CCZ. Enquanto eles se arrumavam, meu pai passou mal e foi encontrado pelo meu irmão no quarto”. A jovem lembra ter feito massagem cardíaca, mas sem sucesso. “Agora só fica a saudade”.

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