Corpo de Agripino é velado em santuário hoje

Ex-prefeito morreu ontem na capital paulista aos 86 anos; velório será aberto ao público no Morada de Deus, em Machado

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 08/03/2018
Horário 12:51

Faleceu ontem na capital paulista e será velado hoje no Santuário Morada de Deus, em Álvares Machado, o chanceler da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Agripino de Oliveira Lima Filho, que estava com 86 anos. Por meio de nota, a unidade de ensino confirmou a morte e informou que ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, onde passou por procedimento cirúrgico no dia 22 de janeiro, em razão do diagnóstico de uma úlcera gástrica hemorrágica causada por um tumor. Agripino também passou por uma carreira política, que teve início em 1972, ao eleger-se vereador, mas a história marcada, inclusive, por encraves jurídicos, começou com a reeleição a prefeito de Presidente Prudente, em 2004, que teve um desdobramento em 2007, quando a Câmara de Vereadores declarou a vacância do cargo, após condenação do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) pela suposta compra de aparelhos sem licitação.

Ainda conforme a nota de falecimento, após o procedimento cirúrgico em São Paulo, o quadro de saúde de Agripino era considerado estável e com boa evolução, que nos últimos dias teve um agravamento. O velório, aberto ao público, ocorre hoje no Santuário Morada de Deus, em Álvares Machado, com previsão de início para às 9h e término às 17h. O sepultamento será restrito à família e ocorrerá na igreja do próprio santuário.

Na rede social Facebook, a Unoeste declarou luto e suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas da instituição de ensino por três dias a partir de hoje. A Prefeitura de Prudente também decretou luto oficial de três dias na cidade, com início ontem e término na sexta-feira, além de ter cancelado todos os eventos oficiais na data.

Em seu Twitter, ontem, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), também ressaltou a contribuição do ex-prefeito. “Compartilho com a família do amigo e colega de Constituinte, Agripino de Oliveira Lima, os meus sinceros sentimentos. Agripino foi um empreendedor que deixou sua marca. Criou empregos e gerou desenvolvimento em Presidente Prudente, no oeste paulista e em todo o Estado”.

Vale lembrar que Agripino nasceu em Lençóis Paulista (SP), no dia 31 de agosto de 1931, e era filho de Agripino de Oliveira Lima e de Silvéria do Prado Lima. De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), graduou-se pela Faculdade de Direito de Presidente Prudente em 1967 e pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mogi das Cruzes (SP) em 1970. Advogado e professor, ocupava o cargo de chanceler da Unoeste.

 

Homem público

Eleito vereador em Presidente Prudente no pleito de novembro de 1972, de acordo com a FGV, o início da carreira política ocorreu na legenda da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de apoio ao regime militar instaurado no país em abril de 1964, com posse no ano seguinte. Cumpriu o mandato até o final da legislatura, em janeiro de 1977, mas a essa altura, já havia sido reeleito vereador em novembro de 1976, sempre pela Arena.

Voltou a ter êxito no pleito de novembro de 1986, conforme a FGV, quando elegeu-se deputado federal constituinte na legenda do PFL (Partido da Frente Liberal) de São Paulo. Empossado em fevereiro seguinte, quando se iniciaram os trabalhos da ANC (Assembleia Nacional Constituinte), integrou, como membro titular, a Subcomissão da Educação, Cultura e Esportes, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação. Agripino apresentou 132 emendas, sendo 51 aprovadas. Ele também ocupou o cardo de deputado estadual.

Foi prefeito de Prudente por três mandatos – de 1993/96, 2001/2004, 2005/2007 – e enfrentou inúmeros entraves jurídicos, como, por exemplo, em 2007, quando teve vacância da cadeira declarada pela Câmara Municipal, após condenação do TJ-SP pela suposta compra de aparelhos sem licitação para a montagem do planetário da Cidade da Criança, além de ter os direitos políticos cassados por cinco anos.

Agripino, na época, recorreu ao TJ-SP, mas perdeu. Em novembro de 2007, a Câmara Municipal aprovou o Decreto Legislativo 392/07, que anulou a declaração de vacância do cargo, conforme a FGV, e o político reassumiu a função, mas por apenas 24 horas, uma vez que foi apresentado um mandado de segurança que anulava o decreto. Agripino Lima novamente recorreu, mas perdeu. 

Os mandatos foram marcados por polêmicas que ganharam, inclusive, destaques nacionais. Um dos mais famosos, conforme a Agência Folha, foi o bloqueio da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), em 2002, na divisa de Prudente e Pirapozinho, para impedir a entrada de manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) no município. Na época, Agripino levou tratores de esteira, pneus e caminhões da Prefeitura para a barreira. Cerca de 600 pessoas impediam o acesso de cerca de mil pessoas do movimento.

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