Coronavírus, a bolsa e o papa

OPINIÃO - Luiz Euribel Prestes Carneiro

Data 12/03/2020
Horário 04:13

A imagem dramática do papa Francisco tossindo na janela do Vaticano, na última semana, correu o mundo mostrando que todos estão sujeitos a infecção pelo novo coronavírus (Covid19). O nome é uma tradução de COronaVIrus Disease, identificado na cidade de Wuhan, China, em 31 de dezembro de 2019.

Em forma de coroa, esses vírus são conhecidos há muitos anos, alguns deles habitando as vias respiratórias de crianças, sendo uma das hipóteses para baixa letalidade em menores de 10 anos, por já “conhecerem” o vírus. Ao contrário, há maior letalidade em idosos especialmente aqueles já com outras doenças como cardiopatas, asmáticos, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes. Neles a infecção piora, já que a doença de base e o organismo já fragilizado não conseguem vencer o vírus.

Em 2002 e em 2012, os coronavírus causadores da síndrome respiratória aguda grave (SARS) e da síndrome respiratória do oriente médio (MERS), a partir da China, se espalharam lentamente para várias regiões do mundo atingindo taxas de letalidade elevadas, de 10% a 20%.  Mas, por que o Covid19 está se espalhando tão rapidamente? Uma das hipóteses é sua baixa letalidade, capaz de desenvolver mutações que resultam em vantagens para sua permanência no indivíduo infectado (hospedeiro).

No mundo globalizado, era inevitável que o vírus chegasse e se espalhasse pelo país com várias consequências

Vírus altamente letais como o Ebola se propagam lentamente, pois produzem a morte do hospedeiro. Outro fato intrigante é que em certas regiões como a Itália, o índice de letalidade é mais elevado que na China. Ainda não sabemos como será a letalidade no Brasil.

No mundo globalizado, era inevitável que o vírus chegasse e se espalhasse pelo país com várias consequências. A economia mundial dá sinais de enfraquecimento e a bolsa de valores, um termômetro fiel dos negócios, fecha em queda a cada dia. Os rumos que essa pandemia vai nos levar são imprevisíveis. Não há tratamento e algumas vacinas serão testadas no verão europeu de 2020. As medidas mais importantes são as profiláticas, como lavar adequadamente as mãos, usar lenços descartáveis ao espirrar e não acreditar em fake news. 

 

 

 

 

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