Agronegócio responde por 13% do PIB paulista

Contexto Paulista

O agronegócio paulista movimentou em 2017 R$ 267,9 bilhões, o equivalente a 13,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, de acordo com levantamento de pesquisadores da USP divulgado pela Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Nos últimos anos, segundo o estudo, houve notável expansão do setor sucroalcooleiro no Estado. Os canaviais, que na virada do século ocupavam 12% dos 24 milhões de hectares do Estado, em 2013 chegavam a 23%. A produtividade também cresceu de 80 mil para 90 mil quilos por hectare. Além disso, São Paulo concentra 72% da produção de laranja

COLUNA - Contexto Paulista

Data 06/10/2018
Horário 04:30

Agronegócio responde

por 13% do PIB paulista

O agronegócio paulista movimentou em 2017 R$ 267,9 bilhões, o equivalente a 13,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, de acordo com levantamento de pesquisadores da USP divulgado pela Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Nos últimos anos, segundo o estudo, houve notável expansão do setor sucroalcooleiro no Estado. Os canaviais, que na virada do século ocupavam 12% dos 24 milhões de hectares do Estado, em 2013 chegavam a 23%. A produtividade também cresceu de 80 mil para 90 mil quilos por hectare. Além disso, São Paulo concentra 72% da produção de laranja do país, equivalente a 3% do PIB agroindustrial paulista.

 

Indústria potencializa

Segundo o agrônomo e economista Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, professor da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que também participou do estudo, a indústria da citricultura transforma um valor de R$ 1,66 bilhão da produção da laranja em R$ 1,97 bilhão de suco, o que representa uma agregação de 18,7%. Já a indústria sucroalcooleira transforma R$ 4,8 bilhões de cana em R$ 13,6 bilhões de açúcar e etanol, quase triplicando o valor da matéria-prima.

 

Diversificação

Apesar dos destaques como a cana e a laranja, os especialistas consideram que a a agropecuária paulista é “bastante diversificada”, se considerado o contexto nacional. São Paulo é responsável por 25% da produção de madeira e celulose do país, 17% da produção de aves e 9% no caso do café. Das 25 culturas mais importantes do Estado, São Paulo é um dos três maiores produtores do país em 16 delas, com elevada produtividade compartivamente à média nacional. Segundo a pesquisadora Maria Auxiliadora de Carvalho, do IEA (Instituto de Economia Agrícola), o Estado participa com 11,7% da área plantada total das lavouras brasileiras, e contribui com 18% do valor da produção agrícola total do país.

 

Retorno da pesquisa

Cada R$ 1 aplicado em pesquisa e desenvolvimento na agropecuária, educação superior e extensão rural no Estado de São Paulo resulta em retorno médio de R$ 12 para a economia por meio do aumento da produtividade. No caso dos investimentos da Fapesp, os recursos destinados pela fundação a bolsas, projetos de pesquisa e infraestrutura nos campos da agronomia e agricultura produziram um retorno de R$ 27 para cada R$ 1 aplicado. Nas universidades públicas que formam mão de obra especializada para a agricultura, com R$ 30 restituídos para cada R$ 1 investido. Os dados constam do livro recém-lançado “Contribuição da Fapesp ao desenvolvimento da agricultura do Estado de São Paulo”, que reúne as conclusões de um projeto de pesquisa realizado entre 2013 e 2018.

 

Retorno da pesquisa (2)

“Hoje se diz com frequência que o agronegócio sustenta a economia brasileira em meio à crise. Isso é o resultado de investimentos em pesquisa e de políticas públicas de longo prazo, mantidas de forma razoavelmente consistente pelas instituições públicas do Estado de São Paulo nos últimos 60 anos”, diz o economista Alexandre Chibebe Nicolella, pesquisador da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto  da USP (Universidade de São Paulo), que coordenou a pesquisa com o agrônomo e economista Paulo Cidade de Araújo, da Esalq da USP, de Piracicaba.

 

Máquinas em alta

A produção de máquinas agrícolas e rodoviárias atingiu 5,7 mil unidades em setembro, um aumento de 40,1% sobre igual mês em 2017, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As vendas para as concessionárias somaram 4,9 mil unidades, aumento de 17,5% sobre setembro do ano passado.

 

Contra o chorume

Projeto de lei que tramita no Congresso Nacional, apresentado pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), prevê pena de um a cinco anos de reclusão para quem derramar no solo ou em rio o chorume, líquido liberado no apodrecimento do lixo orgânico. A proposta tramita em decisão final na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), e insere a possibilidade de punição na Lei 9.605/1998 de Crimes Ambientais. Chorume é o nome dado a reações e processos físicos, químicos e biológicos originados a partir da decomposição de resíduos sólidos orgânicos, que juntamente com a água, forma um líquido escuro de odor desagradável.  O objetivo do projeto é prevenir o derramamento de chorume por caminhões de lixo.

 

Na agenda de 2020

Uma notícia nesta sexta-feira deu alívio aos gestores municipais. Foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) novo prazo para os municípios implantarem o sistema e-Social: 2020. O e-Social unifica a prestação de informações contributivas de previdência, folha de pagamento, aviso prévio, escriturações fiscais, acidente de trabalho e informações sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Sua utilização já é realidade em empresas, e este ano passaria a ser obrigatória também as Pessoas Jurídicas de Direito Público, que inclui União, Estados, o Distrito Federal, Territórios, Municípios autarquias e associações públicas.

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