Consumo de gordura trans favorece aparecimento de inflamações

No organismo, traz prejuízos como obesidade, aumento do colesterol ruim e diminuição do colesterol bom, AVC ou infarto, além de diabetes

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 23/10/2019
Horário 14:15
Graffo
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Gorduras trans produzidas industrialmente estão contidas em gorduras vegetais hidrogenadas, como margarina, e estão frequentemente presentes em salgadinhos, alimentos assados e frituras. Os fabricantes costumam usá-las, pois têm uma vida útil mais longa do que outras gorduras. De acordo com a nutricionista Patrícia Zacharias, no organismo a gordura traz prejuízos à saúde como obesidade, aumento do colesterol LDL ruim (lipoproteína de baixa densidade) e a diminuição do colesterol bom HDL (lipoproteína de alta densidade), dificuldade na passagem do sangue pelas artérias causando AVC (acidente vascular cerebral) ou infarto, além de diabetes e a facilidade de contrair inflações.

A nutricionista explica que a propriedade é conveniente para a indústria porque ela da textura para aos produtos. “Com a gordura os produtos ficam mais tempo em conserva e é encontrada principalmente nos salgadinhos, biscoitos e outras guloseimas”. Para tanto, acrescenta que a manteiga, batata frita, bolacha recheada, pipoca de micro-ondas, sorvete e chocolate, também são os produtos que contém a gordura. Então para evitar esses itens, o recomendado segundo a nutricionista, é que leia os rótulos e caso identifique a presença troque por outro produto equivalente, que não possui a gordura.

Patrícia explica que além dos produtos industrializados, algumas redes de fast-food dizem que tem retirando a gordura trans dos seus ingredientes, então o recomendado é que sempre que for a esses estabelecimentos, pergunte sobre a preparação e no caso dos produtos industrializados, ler o que esta dizendo nas embalagens.

Existem duas fontes principais de gorduras trans: fontes naturais (nos produtos lácteos e carne de ruminantes, como vacas e ovelhas) e fontes produzidas industrialmente (óleos parcialmente hidrogenados). Os óleos parcialmente hidrogenados foram inicialmente introduzidos no suprimento de alimentos no início do século XX como um substituto da manteiga e se tornaram mais populares nos anos 50 e 70, com a descoberta dos impactos negativos na saúde dos ácidos graxos saturados. São usados principalmente para frituras e como ingrediente em produtos assados; eles podem ser substituídos em ambos os casos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que a cada ano, a ingestão de gordura trans leva a mais de 500 mil mortes de pessoas com doenças cardiovasculares. Desta forma, dietas ricas em gorduras trans aumentam o risco de doença cardíaca em 21% e mortes em 28%. Além disso, existem indicações de que a gordura trans pode aumentar a inflamação e a disfunção endotelial.

O recomendado, segundo a OMS:

- Consumo total de gordura trans seja limitado a menos de 1% do consumo total de energia, o que se traduz em menos de 2,2 g/dia em uma dieta de 2.000 calorias.
- Substituir a gordura trans por ácidos graxos insaturados diminui o risco de doença cardíaca, em parte, melhorando os efeitos negativos nos lipídeos do sangue.

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