Conscientização e educação em saúde são “armas” na luta contra a hepatite

EDITORIAL -

Data 28/07/2018
Horário 06:00

 

Em quatro dias de ações de conscientização sobre a hepatite foram diagnosticados três casos do tipo “c” da doença em Presidente Prudente. O número pode parecer pequeno, mas releva a necessidade de reforçar a importância de que a população “se teste”.  Talvez, se não tivessem sido realizadas ações oferecendo gratuitamente o serviço essas pessoas ainda estivessem infectadas, sem sequer ter consciência. Atualmente os tratamentos disponíveis oferecem mais de 95% de cura o que reitera a importância do diagnóstico precoce, antes do agravamento do caso, sobretudo porque em alguns casos a doença pode ser silenciosa.

Como a maioria dos casos da patologia ocorre por contato com sangue contaminado (transfusão, acidentes ou uso de drogas injetáveis) há certo temor a respeito do diagnóstico. Existem pessoas que, mesmos suspeitando da infecção, acabam preferindo não realizar o teste para não lidar com a realidade da doença. Essa é uma cultura que deve ser combatida pela conscientização e educação da população.

No entanto, há ainda outro fator causador da hepatite ainda mais preocupante: o uso excessivo de medicamentos – o qual também está imbuído em um hábito cultural extremamente destrutivo, que é da automedicação. Tanto é verdade que uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade apontou que 76,4% da população consome medicamentos por indicação de familiares ou amigos, e não de um profissional.

Esse uso de remédios de forma irracional pode trazer consequências como reações alérgicas, dependência e até a morte. Uma verdadeira epidemia dos chamados opióides tem sido enfrentada pelos Estados Unidos, onde as sobredoses causam mais mortes do que câncer. O combate a esse fenômeno passa pela conscientização, educação em saúde, mas também pela fiscalização e controle das grandes empresas farmacêuticas. É necessário que a população exija seriedade dos órgãos reguladores, verifique o cumprimento da obrigatoriedade de farmacêuticos nos estabelecimentos comerciais e da venda de medicações mediante receita. Porém, essas medidas serão apenas paliativas enquanto os perigos da automedicação não estiverem “incrustrados” no senso comum. Trata-se mais de um esforço interior que se reflete em uma mobilização exterior, do que o contrário.

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