Ao longo desta semana, este periódico dedicou algumas de suas páginas para retratar a situação de uma série de obras iniciadas pelo Executivo de Presidente Prudente com o objetivo de ampliar a infraestrutura urbana da cidade e, com isso, aprimorar a oferta de serviços públicos. Algumas chegaram a ser concluídas e entregues, conforme exposto no balanço referente ao Programa de Mobilidade Urbana, enquanto outras foram finalizadas, mas continuam inoperantes, como é o caso dos terminais urbanos. Por outro lado, há aquelas que foram iniciadas com todo o gás, prometendo à população uma devolução rápida – dentro de 12 meses – e, atualmente, estão estacionadas e com sinais de abandono, a exemplo da escola de ensino fundamental do bairro João Domingos Netto e da creche do Jardim Santa Mônica.
Assim como este diário mostrou o descaso para com o destino dos referidos trabalhos, também já foram noticiadas em diferentes reportagens aqui publicadas as dificuldades que o país, Estados e, consequentemente, municípios enfrentam para conseguir atender suas demandas com um orçamento apertado, bem como onerado pelos efeitos de uma crise econômica que ainda repousa sobre o Brasil e de uma crise política em andamento. No entanto, em se tratando de compromissos com a comunidade, é preciso que a mãe interessada em uma creche próxima de sua casa, por exemplo, não encontre parada uma obra que deveria ser destinada para o seu filho. Ou que um usuário de ônibus veja um terminal destinado à integração do sistema de transporte coletivo às moscas e sem qualquer iniciativa do poder público em dar uma resposta para esta população – a Sosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) jogou a peteca para a Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), que, por sua vez, não enviou posicionamento.
Afinal de contas, enquanto essas obras não andam, é o dinheiro público que encontra-se estacionado em um prédio que poderia estar em funcionamento. Ainda que vivenciamos um cenário de intensa fragilidade econômica e, sobretudo por conta disso, as administrações precisam pensar melhor antes de anunciar investimentos para os cidadãos e elaborar estudos orçamentários que constatem se há recursos disponíveis não só para finalizá-los, mas mantê-los em operação. O planejamento deve ser, com maior razão, mais do que uma palavra de ordem: mas uma prática diária. Enquanto não houver, continuaremos assistindo os recursos sendo movimentados sem ordem e finalidade.