Comitê confirma sanções e atletas herdam medalha

Corte Arbitral nega apelo jamaicano e velocistas brasileiros são confirmados no pódio, entre eles Bruno Lins e Codó

Esportes - JULHIA MARQUETI

Data 05/06/2018
Horário 20:24
Arquivo - Bruno Lins comemora medalha de bronze herdada 10 anos após a prova
Arquivo - Bruno Lins comemora medalha de bronze herdada 10 anos após a prova

Os velocistas prudentinos Bruno Lins Tenório de Barros e José Carlos Moreira, Codó, tiveram uma excelente notícia na última quinta-feira. Após dez anos dos Jogos Olímpicos de 2008, realizados em Pequim, no China, a medalha de bronze da final do revezamento 4x100 metros foi herdada pelo Brasil. Isso por que, em janeiro do ano passado, o COI (Comitê Olímpico Internacional) confirmou sanções a dois atletas flagrados em exames antidoping depois de refazer os testes de urina e sangue, ainda da competição. O caso de maior repercussão foi o do velocista Naster Carter, já que sua ação acarretou na desclassificação de toda equipe jamaicana, de Usain Bolt, detentora do ouro. Com isso, o quarteto brasileiro composto ainda por Vicente Lenílson de Lima e Sandro Viana dos Santos, quarto colocado na ocasião, entra no pódio e assegura o bronze.

Um dia após a conquista, Bruno Lins não escondeu a emoção e a importância que a medalha traz para sua trajetória como velocista. “Obviamente o status de medalhista olímpico é o que todo atleta sonha e busca. Ainda estou em atividade, então essa medalha vem representar todo o trabalho que venho fazendo durante esses anos”, enfatiza.

Questionado sobre rever o momento da corrida, o velocista não esconde que isso ocorreu várias vezes e que sempre acreditou que a medalha fosse possível. “Eu sempre assisto ao vídeo e vejo a gente acabando em quarto lugar. A vontade é poder fazer algo para mudar e subir ao pódio naquele momento, porque foram apenas sete centésimos que nos separaram do terceiro lugar. Nós corremos muito bem, nos preparamos muito bem naquele ano e no ano anterior”, relembra.

A emoção, segundo Bruno Lins, é parecida para os outros atletas participantes, já que a conquista é de todo grupo. “A gente já estava esperando, mas apreensivos, pois de certa forma é uma medalha que demorou tantos anos para vir até nós. Hoje eu só quero pensar na medalha aqui, que nós vamos receber depois de tantos anos. É uma felicidade imensa que fica dentro do peito. Então agora eu só quero comemorar essa decisão oficial e ficar feliz, é a única coisa que passa a minha cabeça”, destaca.

Entenda o caso

Em 2017, o COI desclassificou a equipe do revezamento 4x100m rasos da Jamaica. A punição ocorreu após o velocista Naster Carter ser flagrado com a substância Metilhexanamina em reanálise das amostras de urina. O grupo era formado ainda por Usain Bolt, Asafa Powell, Michael Frater e Naster Carter. A decisão, mantida pela CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), beneficiou Trinidad e Tobago, que herdará o ouro, Japão, que ficará com a prata, e o Brasil, que levará o bronze. O time formado por Vicente Lenílson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Moreira, Codó, que cravaram a quarta colocação com a marca de 38s24.

Sobre a substância

A Metilhexanamina, substância de impulso de energia, foi acrescentada à lista banida da Wada (Agência Mundial Antidoping) em 2010, embora tenha sido indiretamente proibida antes disso, e alguns casos anteriores envolvendo a droga resultaram em uma advertência em vez de uma proibição.

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