Muitas vezes até um vício, mexer no celular é algo cada vez mais comum no dia a dia. É só olhar ao redor que vai ser fácil identificar ao menos uma pessoa que esteja com um aparelho nas mãos. Benéfico e necessário, o problema é quando esse uso é feito de modo irregular, como nos casos em que são utilizados no trânsito, mais especificamente ao mesmo tempo em que está dirigindo. O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) prevê como infração tal prática. Mas, mesmo assim, essa cena se repetiu pelo menos 5.116 vezes no ano passado em Presidente Prudente. O número é menor que 2018, mas não deixa de ser expressivo.
Pelo menos é dessa forma que encara a Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana), responsável por aplicar as penalidades quando as infrações são detectadas. Ao todo, a pasta informa que em 2019 constatou 5.116 multas pelo uso de celular no volante, como já informado, enquanto 2018 teve 6.743, uma redução de 24,12%. “Mas não deixa de ser preocupante e as pessoas precisam se atentar e ter cada vez mais prudência”, completa o secretário adjunto, José Wilmar Ferreira Lima.
Mas, por outro lado, há o que se comemorar. Para o responsável pela pasta, o fato de ter uma redução significa que os condutores estão entendendo o recado: é preciso ter mais consciência. “E isso é fruto de um trabalho em equipe, desenvolvido principalmente nas escolas, com crianças. A gente ensina a elas o que é errado e elas cuidam de repassar os ensinamentos em casa, para os pais e responsáveis”, completa.
E às vezes até mais que isso, atuando como “agentes mirins”. No feedback do trabalho, José Wilmar destaca que foi possível identificar casos em que as crianças viram os pais segurando ou dando indício que iriam utilizar o celular enquanto dirigiam, e aí foram repreendidos pelos pequenos. “A função é de salvar vidar, evitar acidentes e fazer com que os motoristas entendam a importância de não cometer tal ato”, frisa o secretário adjunto.
TIPOS DE
INFRAÇÃO
A Semob classifica as autuações de três formas: dirigir utilizando o celular, dirigir segurando o celular; e dirigir manuseando o celular. José Wilmar explica que a primeira forma é como a legislação permitia que fosse registrado, sendo isso de uma maneira mais genérica, sem identificar de qual forma o celular estava sendo utilizado. “Isso ainda é possível”, completa. Mas hoje também existe o segundo formato, no qual segurar significa conversar, estar em ligação, e manusear aplica-se ao teclar o celular, realizar as demais funções que não seja ligar. Por isso a diferenciação.
Em números, o caso mais comum refere-se ao “dirigir segurando o celular”. Conforme os números da pasta, em 2019 foram 3.783 autuações desta forma, contra 5.923 em 2018. Logo em seguida, vem o manusear, 436 e 973, respectivamente nos anos analisados. E o utilizar foi de 384 a 360. Nota-se que o único que não registrou queda foi o manusear. “Isso vem da necessidade que as pessoas têm, hoje em dia, de estar online e teclando o tempo todo. Falar no celular, em ligação, é difícil. Os aplicativos estão em alta”, comenta.
SAIBA MAIS
O CTB prevê que usar o celular enquanto dirige é considerada uma infração gravíssima, sendo assim, a penalidade é equivalente a sete pontos na carteira e multa no valor de R$ 293,47.
MULTAS PARA O USO DE CELULAR EM PRUDENTE
Tipo de infração |
2018 |
2019 |
Dirigir utilizando celular |
384 |
360 |
Dirigir segurando celular |
5.923 |
3.783 |
Dirigir veículo manuseando celular |
436 |
973 |
TOTAL |
6.743 |
5.116 |
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação