Com sangue nas mãos, sociedade mata seus jovens e sepulta seu futuro

EDITORIAL -

Data 16/03/2018
Horário 09:19

Um minuto de silêncio por Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, socióloga, feminista, militante dos direitos humanos e vereadora do Rio de Janeiro morta a tiros na noite de anteontem junto com o motorista Anderson Pedro Gomes. Mas não apenas por eles, mas por todas as mais de 40 mil pessoas mortas todos os anos vítimas de armar de fogo no Brasil. Por todas as mães que choram sobre os caixões de seus filhos, jovens, que correspondem a 58% das vítimas de homicídios praticados com armas no país, segundo o Mapa da Violência de 2016. Jovens, em pleno vigor e idade produtiva, que ao invés de ocupar uma vaga no mercado de trabalho ou na universidade, ocupam agora uma lápide fria e figuram nas estatísticas da criminalidade.

Que país é esse que mata seus jovens? E pior, que país é esse que mata seus jovens pensantes, que não se calam diante das impunidades, das desigualdades sociais e das mazelas da sociedade? Que país é esse que mata seu próprio futuro? Que mira na juventude e acerta no próprio peito?

O assassinato da vereadora carioca, apesar da gravidade, é só um reflexo do que acontece todos os dias nas ruas brasileiras. Não apenas nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, que passa atualmente por uma intervenção federal na área da segurança pública, mas também nas cidades do interior, como Presidente Prudente. Fato comprovado pelas páginas deste diário, que dia após dia noticia casos de homicídios ou tentativas de homicídio por armas de fogo. Nesta semana mesmo, um morador de rua de 30 anos foi assassinado em Prudente ao ser “alvejado” por pelo menos cinco tiros, quando estava embaixo do Viaduto Tannel Abbud, na Praça da Bandeira, próximo ao camelódromo.

Não se sabe quem, não se sabe a razão, apenas que uma vida se foi e não voltará mais, como tantas outras, todos os dias. E talvez, ou com certeza, seja justamente essa rotina de casos que resultam na banalização da violência. Acontece tanto que nem dói mais, de tão comum, ninguém se importa. Tanto que virou hit de carnaval com direito a meme na internet – “Que tiro foi esse?”, cantam e caem em troca de alguns likes. Enquanto isso, da terra, o sangue desses milhares que morrem anualmente clama por justiça, ou juízo, como agora clama o de Marielle Franco e Anderson.

Um minuto de silêncio por Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, socióloga, feminista, militante dos direitos humanos e vereadora do Rio de Janeiro morta a tiros na noite de anteontem junto com o motorista Anderson Pedro Gomes. Mas não apenas por eles, mas por todas as mais de 40 mil pessoas mortas todos os anos vítimas de armar de fogo no Brasil. Por todas as mães que choram sobre os caixões de seus filhos, jovens, que correspondem a 58% das vítimas de homicídios praticados com armas no país, segundo o Mapa da Violência de 2016. Jovens, em pleno vigor e idade produtiva, que ao invés de ocupar uma vaga no mercado de trabalho ou na universidade, ocupam agora uma lápide fria e figuram nas estatísticas da criminalidade.

Que país é esse que mata seus jovens? E pior, que país é esse que mata seus jovens pensantes, que não se calam diante das impunidades, das desigualdades sociais e das mazelas da sociedade? Que país é esse que mata seu próprio futuro? Que mira na juventude e acerta no próprio peito?

O assassinato da vereadora carioca, apesar da gravidade, é só um reflexo do que acontece todos os dias nas ruas brasileiras. Não apenas nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, que passa atualmente por uma intervenção federal na área da segurança pública, mas também nas cidades do interior, como Presidente Prudente. Fato comprovado pelas páginas deste diário, que dia após dia noticia casos de homicídios ou tentativas de homicídio por armas de fogo. Nesta semana mesmo, um morador de rua de 30 anos foi assassinado em Prudente ao ser “alvejado” por pelo menos cinco tiros, quando estava embaixo do Viaduto Tannel Abbud, na Praça da Bandeira, próximo ao camelódromo.

Não se sabe quem, não se sabe a razão, apenas que uma vida se foi e não voltará mais, como tantas outras, todos os dias. E talvez, ou com certeza, seja justamente essa rotina de casos que resultam na banalização da violência. Acontece tanto que nem dói mais, de tão comum, ninguém se importa. Tanto que virou hit de carnaval com direito a meme na internet – “Que tiro foi esse?”, cantam e caem em troca de alguns likes. Enquanto isso, da terra, o sangue desses milhares que morrem anualmente clama por justiça, ou juízo, como agora clama o de Marielle Franco e Anderson.

 

Publicidade

Veja também