O número que dá nome ao bairro Rio 400, em Presidente Prudente, também é a quantidade aproximada de pessoas que vivem na localidade. De acordo com o cadastro técnico da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação), o território dispõe de cerca de 400 habitantes. O baixo número de munícipes, se comparado com o de outros bairros da cidade, é justificado pelo fato da área possuir caráter mais comercial do que residencial: estão cadastradas ali 77 pessoas jurídicas. Conforme a administração, os dois aspectos que favoreceram a consolidação deste perfil foram a proximidade do local com as rodovias Raposo Tavares (SP-270) e Assis Chateaubriand (SP-425) e o fácil acesso a elas na época em que o Rio 400 foi implantado.
Para a proprietária do Quatrocentão, Maria Aparecida Figueiredo Galvanin, 56 anos, o bairro não só adotou tal perfil, como também definiu o segmento trabalhado, uma vez que grande parte das empresas e fábricas que ali operam está voltada para a linha pesada. “Aos clientes que buscam esse tipo de mercadoria, o Rio 400 virou referência”, expõe. Por esta razão, acredita que a área provavelmente não seria a melhor localização para negócios de outra espécie. O fresador José Claudinei dos Santos, 50 anos, por sua vez, destaca que a acessibilidade do bairro contribuiu para a valorização do comércio e da indústria. “Aqui se tornou um lugar bastante visado por empresários e clientes”, considera.
A diretora do departamento comercial da WF Circuitos Impressos, Priscila Rinaldi, 32 anos, aponta que, com exceção de eventuais quedas de energia em função da sobrecarga elétrica, situações rapidamente normalizadas, são poucos os problemas enfrentados pelo empresariado local. O transtorno mais recente foi a crise econômica, que obrigou a fábrica a reduzir o quadro de funcionários para controlar as despesas. Somente no ano passado, 15 colaboradores precisaram ser desligados. “A baixa demanda neste período nos preocupou muito, pois a empresa sobrevive de clientes”, comenta.
Transferência de bairro
Atualmente, a WF ocupa três prédios instalados no bairro e, apesar da boa localização, Priscila argumenta que o ideal seria transferir a fábrica para um distrito industrial, já que este ofereceria melhores condições de infraestrutura. “Aqui, os nossos barracões são alugados, então acabam não sendo tão apropriados. Se fosse no distrito industrial, poderíamos construir uma estrutura mais adequada”, relata. A diretora financeira da Gráfica Bartolo, Rose Molinari, 56 anos, por outro lado, reconhece a vantagem de migrar os serviços para bairros voltados ao desenvolvimento econômico e industrial, contudo, enfatiza que tal iniciativa requer planejamento. “Por ora, estamos bem alocados aqui no Rio 400”, avalia.
A Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) esclarece que a distribuição dos estabelecimentos comerciais e fabris é feita de acordo com o perfil econômico de cada região e pautado na legislação vigente. No caso do Rio 400, a permanência nesta região é uma escolha que depende do anseio de cada comerciante. A pasta ainda completa que a Prefeitura, por meio da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), já deu início ao processo administrativo para lançar ainda este ano o edital de licitação referente aos 75 lotes de 1 mil metros quadrados do Distrito Achiles Ligabo, na Rodovia Ângelo Rena. “A Prefeitura também busca uma área na região norte para a implantação de um novo distrito industrial, nas proximidades do Residencial João Domingos Netto”, pontua.
Estrutura do bairro
Ano de implantação: 02/03/1978
Área de loteamento: 145.091,00 m²
Área verde: 16.687,00 m²
Quadras: 16
Construções: 98
Terrenos baldios: 46
População estimada: cerca de 400 pessoas
SERVIÇO
A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do pauta@imparcial.com.br, do telefone 2104-3732 ou do Whatsapp 99104-8537.