Chuvas afetam produção e comercialização de verduras

Excesso de água dificulta desenvolvimento das folhas e diminui a qualidade dos itens disponíveis ao consumidor; prejuízo reflete nos preços, que aumentaram de R$ 0,50 a R$ 1 a unidade

PRUDENTE - ANNE ABE

Data 13/01/2018
Horário 12:32
Marcio Oliveira, Verduras não se desenvolveram com alto volume de chuvas
Marcio Oliveira, Verduras não se desenvolveram com alto volume de chuvas

Com o alto volume de chuvas neste início de ano, a produção e comercialização de hortaliças acabaram prejudicadas. Conforme os produtores rurais, o excesso de água dificulta o desenvolvimento das folhas, diminuindo a sua qualidade e causando queda na produção, que varia de 20% a 50%. Esses prejuízos também refletem nos preços nos supermercados, que aumentaram de R$ 0,50 a R$ 1 por unidade.

No Supermercado Estrela a queda na produção notada foi de 30% a 40%, segundo o gerente Iremar Cordeiro Manso. Ele relata que, antes, os fornecedores chegavam a entregar cerca de mil maços de verduras por dia e, hoje, recebe apenas 400. Com isso, não há a mesma variedade ao consumidor e, em determinados períodos do dia, algumas verduras até faltam. “Os produtores perderam muito com as chuvas constantes. A demanda continuou sendo a mesma, mas as pessoas compram em menor quantidade, por conta do preço”, diz.

Para conseguir atender a demanda, o gerente do Supermercado Avenida, Joelson Tonietti, informa que a opção foi adquirir os produtos oriundos de estufas. Dessa forma, a qualidade não é tão afetada, porém, o aumento nos preços também ocorre, indo de R$ 1,99 para R$ 2,49, no geral, pois também trabalha com a produção convencional. “Acredito que estamos recebendo de 20% a 30% a menos nas entregas. Agora já têm algumas hortaliças faltando, como rúcula, couve, agrião e coentro”, declara.

 

No campo

As chuvas fizeram a produtora Cleunice Nakashima, 53 anos, perder 90% da sua produção. Ela explica que as verduras demoram cerca de 30 a 40 dias para se desenvolver e, nos últimos meses, durante o mesmo período, as folhas não atingiram o tamanho habitual. Assim, precisa utilizar de cinco a seis pés para montar um maço, sendo que o mesmo era feito com apenas dois pés. “Subimos um pouco o preço para conseguir ganhar algo, mas é por volta de R$ 0,50, pois a qualidade não é a mesma”, afirma.

Além de vender verduras na feira, o produtor Vinicius Campos Segati, 21 anos, também fornece para indústrias em maior quantidade. Para suprir toda a demanda, precisou encomendar de outra cidade, haja vista que teve 50% da sua produção prejudicada. “Muita chuva afeta as hortaliças. Por eu ter de trazer de fora, o preço acaba subindo um pouco, mas o pessoal tem consumido por ser verão”, pontua.

 

Verduras no prato

Os preços mais elevados não afetaram as compras da boleira Cristina Segala, 53 anos, que diz não abrir mão das verduras. Para tanto, prefere comprar em feiras livres, pois acredita serem “mais frescas”. “Em casa, consumimos verduras e legumes. Prefiro cortar a carne à verdura. Faz bem à saúde”, declara.

“Estamos pagando o dobro e a qualidade não é a mesma”, diz a dona de casa Edna Maria Dolfini Placheski, 65 anos, insatisfeita com as hortaliças compradas. Ela relata que, em sua residência, elas não podem faltar. Assim, notou que os preços subiram de uma semana para outra e acredita que pesarão nas contas do fim do mês. “Procuro comprar onde está mais barato, como no sacolão e nas feiras”, pontua.

Na busca pela economia, a dona de casa Fernanda de Souza Perez Sato, 22 anos, opta por comprar hortaliças apenas em dias de promoção ou em sacolão. Dessa forma, diz que consegue economizar, ao menos, R$ 0,50 e “mesmo parecendo pouco, faz a diferença”. Para ela, os preços elevados fazem as verduras serem substituíveis. “Só eu e meu marido consumimos verduras, então, às vezes, prefiro comprar legumes. Está tudo muito caro e em tamanho menor”, relata.

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