Cenário atual eleva migração para uso de motos em Prudente

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 15/03/2018
Horário 11:25

Quando a Prefeitura de Presidente Prudente homologou o contrato com a Company Tur Viagens e Turismo, razão social da Prudente Urbano, em outubro do ano passado, o titular da Semav (Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública), Oswaldo de Oliveira Bosquet, afirmou que as mudanças anunciadas para a nova frota de coletivos deveriam contribuir para minimizar o aumento de carros e motos nas ruas. No entanto, o que se verifica na prática é que, no terceiro mês de operação do novo modelo de transporte, a migração para o uso do transporte individual ainda ocorre no município. Pelo menos é o que garantem as concessionárias de motocicletas, que apontam crescimento na procura por esse tipo de veículo, sobretudo por se tratar de uma opção economicamente viável.

Na Cremone Motos, a vendedora Anita Bicalho relata que muitos dos clientes que demonstram interesse em uma motocicleta são porque estão insatisfeitos com os horários dos itinerários de ônibus ou moram em bairros distantes, como o Ana Jacinta ou o Conjunto Habitacional João Domingos Netto, o que faz com que as rotas dos coletivos sejam ainda mais longas. Ela explica que, em uma boa parte dos casos, a pessoa utiliza ônibus por não possuir condições financeiras de comprar um automóvel. Logo, a moto se torna visada por ser um meio de transporte barato, com baixos custos de manutenção e economia de combustível. Contudo, o que atrapalha a consolidação das vendas é o crédito. “A procura é alta, mas o problema é o crédito, que é escasso”, expõe.

Já na Moto Mais Suzuki, o vendedor Danilo Lima afirma que o aquecimento no comércio de motos não está associado apenas aos transtornos causados pelo transporte coletivo, como também aos aumentos constantes no preço da gasolina, o que motiva os usuários a optarem por um meio de deslocamento mais em conta. Ele destaca que são muitos os clientes que recorrem à moto porque querem deixar o carro somente para passeios com a família.

Na opinião de Danilo, a adesão da motocicleta não é só mais barato do que dirigir um carro, mas andar de ônibus. “Isso porque o valor que o usuário gasta com passagem ao mês é suficiente para pagar a parcela de uma motinha”, argumenta. Na concessionária onde trabalha, o modelo Scooter é o mais popular entre os consumidores, que, apesar de ser um pouco mais caro, “oferece praticidade por ser automático e tem um custo benefício melhor”. “Além disso, essa moto dispõe do baú, que permite ao condutor guardar o capacete ou pequenas compras”, enfatiza.

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