Cavalcante: plantador de negócios

Gerente regional do Sebrae acaba de completar 26 de bons serviços prestados à instituição e de importantes ações em prol do desenvolvimento regional

PRUDENTE - HOMERO FERREIRA

Data 02/02/2020
Horário 07:09
Weverson Nascimento - Cavalcante trabalhou em diferentes empresas, foi professor universitário e no Sebrae passou por diferentes funções
Weverson Nascimento - Cavalcante trabalhou em diferentes empresas, foi professor universitário e no Sebrae passou por diferentes funções

O escritório regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em Presidente Prudente foi inaugurado em novembro de 1991. Portanto, há 28 anos. Em 1º de fevereiro de 1994, a instituição recebia como assistente técnico o administrador de empresas José Carlos Cavalcante, que ontem completou 26 anos de excelentes serviços prestados a essa instituição de fomento aos pequenos negócios, na qual fez carreira como consultor e gerente regional.

Nascido em Rancharia, em 19 de maio de 1956, lá viveu toda a infância e boa parte da juventude. Seu pai, o pernambucano Adeido Holanda Cavalcante, foi operário das Indústrias Matarazzo. Sua mãe, Aparecida Diglio, do lar, nasceu em João Ramalho e foi criada em Rancharia. José Carlos é o primogênito de três irmãos, sendo que Vera Lúcia e Luiz Antonio também moram em Prudente para onde o personagem desta reportagem de O Imparcial veio em 1974 e desse período guarda o gosto musical.

As músicas dos anos 70 embalaram os bailinhos de garagem, chamados de brincadeiras dançantes e que ocorriam aos domingos à tarde, ao som de discos de vinil no formato LP (long play) reproduzidos em Sonata. Outras diversões eram no cinema ou na baiuca (boate). No esporte, a predileção foi artes marciais, com as práticas de judô e caratê. Uma experiência bacana, conforme Cavalcante, foi trabalhar na Rádio Difusora. Primeiro como técnico de som. Depois, como locutor. Também trabalhou em escritório de contabilidade.

Em Prudente, fez o curso técnico de Contabilidade, no Colégio São Paulo, onde seu primeiro emprego foi como auxiliar de mercado e vendedor de tecidos nas Casas Moreira, na Avenida Brasil, onde atualmente é o Supermercado Nagai. Após oito meses, foi ser controlador de estoque na Autopeças  Zé da Lona, tendo sido promovido a vendedor de peças e acessórios. Lá foram quatro anos e, depois, por igual período, trabalhos na revenda de tratores Ford, a Comercial Ricci. Começou na assistência técnica e subiu na escala: gerente de serviços e gerente de vendas.

Na Agrifort, outra revenda de tratores também de fabricação Ford, foi gerente comercial por sete anos. Antes de chegar ao Sebrae, seu quinto emprego em Prudente foi o de contador na Renaup, distribuidora de peças. Na então ITE (Instituição Toledo de Ensino), formou-se em Administração de Empresas e em Ciências Contáveis; e fez especiação em Administração Financeira e Contabilidade. Por mais de 20 anos deu aulas na Toledo, na Faculdade de Administração e na Faculdade de Ciências Contábeis.

CASAMENTO

COM O SEBRAE

Seu primeiro casamento foi em 1978 com a prudentina Erinita Aparecida Semensato, na época caixa da distribuidora de peças Auto Americano, que ficava perto da Padaria São Paulo. Tiveram dois filhos: a médica veterinária Aline, que atualmente trabalha como design de interiores e mora em Campinas, casada com Arnaldo Ferreira Lima e têm duas crianças: Gabriel e Bruna; e o policial civil Junior, formado em Administração e Direito. Seu segundo casamento foi com o Sebrae, do qual são tantos filhos/negócios que nem tem a conta.

Além da atuação em Prudente, Cavalcante foi consultor da Divisão Bauru, compreendida pelas regiões de Araçatuba, Bauru, Botucatu, Marília e Ourinhos, de 94 a 99. Foi gerente regional em Campinas, transferido no final de 2012 e lá ficou até julho de 2016. Nesses anos todos de Sebrae,  a experiência internacional no NRF Retail´s Big Show 2014, o maior evento de varejo do mundo e que ocorre há mais de 100 anos consecutivos em Nova Iorque, representou mudança de paradigma.

Foi lá que nasceu nova visão do empreendedorismo como processo e que desde então tem disseminado nas suas palestras, consultorias e atendimentos. Um procedimento em tem cinco fases, sendo as quatro primeiras o modelo de gestão, compreendidas pelo desenvolvimento do perfil empreendedor; identificação de oportunidades de negócios; modelo e plano de negócios; e determinação e fonte de recurso para viabilizar o negócio (capital próprio ou de terceiro). A quinta fase é o modelo de gestão, já com a criação da empresa mediante o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).

Modelo de gestão ao qual deu a nomenclatura “dois Ps, um L e um M”; de Pessoas, Processos, Liderança e Método; sem os quais afirma que uma empresa não sobrevive. Assim, prega e pratica a missão do Sebrae de melhorar a competitividade dos pequenos negócios de forma sustentável, nos quais as micro e pequenas empresas representam 98% do universo empresarial do Brasil, responde por 50%  dos postos de trabalho, 39% das folhas de salário e 27% do PIB (Produto Interno Bruto).  Números que reforçam a crença de Cavalcante no empreendedorismo.

MAIS JUSTIÇA E

DESENVOLVIMENTO

A educação junto com a cultura empreendedora é, na sua visão, o que pode promover mais justiça social e desenvolvimento. Com esse olhar e conhecedor da região na palma da mão, considerando os 54 municípios de sua área de atuação, Cavalcante afirma que o setor que mais tem crescido no oeste paulista é o de serviço, com maior geração de postos de trabalho. Entende que a região tem grande potencial para o turismo receptivo, seja náutico, religioso ou de lazer e até o rural.

O trabalho em equipe do Sebrae tem, ao longo dos anos, contribuído na transformação da realidade regional, conforme alguns exemplos a seguir. Há 16 anos ocorreu a implantação do Circuito Oeste Rios, com fomento do turismo em 10 municípios, dos quais 50% conquistaram a certificação MIT (Município de Interesse Turístico), o que resulta em auxílios e subvenções do governo estadual: Rosana, Martinópolis, Panorama, Santo Expedito e Rancharia. Com a ajuda do Sebrae, a região de Prudente foi a 1ª do Estado a ter em todos os municípios a regulamentação da lei do Simples.

Lei que estimulou micro e pequenos negócios que fomentaram a vida econômica de cidades como Osvaldo Cruz, Dracena, Junqueirópolis e Adamantina. O setor ceramista em Panorama e de outras cidades ribeirinhas esteve prestes a encerrar suas atividades ao perderem as minas de argila, quando da formação do grande lago do Rio Paraná, por causa da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta. O Sebrae se fez presente, formalizou cooperativa e tomou várias providências, incluindo estudo do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para identificar novas minas.

Em Prudente, houve contribuição na formação da PoloIN (Associação das Empresas de Software do Oeste Paulista), através do APL (Arranjo Produtivo Local), geradora de emprego e renda, inclusive com o aproveitamento de mão de obra especializada, proporcionada pelas instituições de ensino superior. Para Cavalcante, que segue a missão Sebrae e acredita no que faz, a cultura empreendedora é importante nessa região que tem muito para ser explorado em serviços, comércio, turismo e agronegócio, inclusive pelas grandes extensões de terra.

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