Casos de meningite caem 33,33% em Prudente

Informações de dois hospitais da cidade, o HR e a Santa Casa, mostram que a queda se dá já que em 2018 foram registrados pelo menos 12 casos nas unidades, seis a menos que em 2017

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 17/03/2019
Horário 07:15

Presidente Prudente, em 2018, registrou em dois hospitais pelo menos 12 casos de meningite, entre as virais e as bacterianas. O dado representa uma queda de 33,33% em relação à quantidade de casos computados no município nos mesmos dois hospitais em 2017, quando 18 pessoas foram diagnosticadas com a doença. As informações são do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo e da Santa Casa de Misericórdia. Em 2019, apenas a primeira unidade registrou casos da doença, com quatro ocorrências até a segunda semana de março. “Os sintomas das duas formas da doença são muito parecidos, por isso a importância do profissional para acompanhar. Não há possibilidade de surto no momento e os meses de inverno são aqueles com a maior quantidade de casos”, informa o infectologista Paulo Mesquita.

Segundo informações do HR, em 2017 a unidade registrou 11 casos da doença, sendo quatro de meningite viral, seis bacterianas e uma pneumocócica. No mesmo ano, a Santa Casa registrou sete casos, sendo três virais, duas bacterianas e duas não especificadas. No ano passado, por sua vez, as quantidades totais de ocorrências caíram em 33,33%, já que o HR registrou nove casos, um da meningocócica, dois virais, uma pneumocócica e cinco bacterianas. Em 2019, apenas o HR registrou casos da doença, sendo duas virar e duas bacterianas. A Santa Casa de Misericórdia, no ano passado, apresentou três casos de meningite viral.

Segundo o Ministério da Saúde, a meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por diversos agentes infecciosos ou também por processos não infecciosos como, por exemplo, medicamentos e neoplasias. “Entre os agentes infecciosos, as meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública e clinico, devido a sua magnitude, capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade”.

No Brasil, segundo a pasta, a meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. “A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno, e das virais na primavera-verão”.

O médico infectologista ouvido pela reportagem, por sua vez, afirma que o fator principal e fundamental para o tratamento correto e adequado é a capacidade de diferenciar as modalidades de meningite, que possuem sintomas semelhantes, mas graves. “O microrganismo causador da doença é o principal diferencial. A viral tem uma letalidade de 2% mais ou menos, já que de 100 pessoas, 98 se curam. A bacteriana, por sua vez, tem letalidade em torno de 30% e por isso a importância do diagnóstico precoce”, salienta. A vacinação, segundo ele, é a principal forma de prevenção.

SAIBA MAIS

Segundo o Ministério da Saúde, todas as faixas-etárias podem ser acometidas pela doença, porém o maior risco de adoecimento está entre as crianças menores de cinco anos, especialmente menores de um ano. Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além das crianças, os adolescentes e adultos jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos. Na meningite pneumocócica, segundo a pasta, idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou de doenças imunossupressoras também apresentam maior risco de adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença. Na meningite bacteriana, geralmente, a transmissão é de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções das vias aéreas superiores e já na meningite viral a transmissão fecal-oral é de grande importância, especialmente nas infecções por enterovírus.

 

Dúvidas sobre a meningite

 

- Tem cura?

Sim, a maioria dos casos evolue para cura. No entanto, é necessária uma assistência médica na vigência dos sintomas. A depender do agente etiologico causador da doença, em alguns casos, podem ocorrer sequelas como: surdez e crises de epilepsia.

 

- Mata?

Sim. Principalmente as causadas por bactérias, como por exemplo, a meningite pneumocócica e a meningite meningocócica, que pode apresentar-se associada à meningococcemia. Nesse último caso, a doença pode evoluir de forma fulminante, levando ao óbito em poucas horas.

 

- Sintomas da bacteriana

Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como: mal estar, náusea, vômito e aumento da sensibilidade à luz.

 

- Sintomas da viral

Os sintomas iniciais da meningite viral são semelhantes aos da meningite bacteriana. No entanto, a meningite bacteriana é geralmente mais grave. Sintomas como: febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, falta de apetite e falta de energia.

Fonte: Ministério da Saúde

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