Carne estragada pode gerar intoxicação alimentar grave

Neste caso, conforme nutricionista, sintomas são náuseas, vômitos, diarreia, febres, dores abdominais, cólicas e mal-estar

PRUDENTE - SANDRA PRATA

Data 24/06/2018
Horário 05:31
Marcio Oliveira - Consumidor deve se atentar à textura e coloração da carne
Marcio Oliveira - Consumidor deve se atentar à textura e coloração da carne

Segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em 2015 o Brasil se tornou o segundo maior consumidor de carne bovina do mundo (38,6 kg por habitante no ano), tendo em vista que a população total do país é de 209 milhões – dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas de que forma esse alimento é tratado até que chegue à mesa do consumidor? Quais são os tipos de armazenamento para que se preserve a qualidade? Quais as consequências na saúde ao ingerir esses alimentos após o prazo? A reportagem conversou com uma nutricionista para saber quais as consequências de consumir um produto duvidoso, e com proprietários de alguns açougues de Presidente Prudente para saber um pouco mais sobre o trajeto entre o frigorífico e o almoço.

A nutricionista Patrícia Zacharias explica que comer o produto passado pode resultar em uma intoxicação alimentar grave, “pode conter salmonela e a bactéria E.coli [Escherichia coli]”. Neste caso, os sintomas são náuseas, vômitos, diarreia, febres, dores abdominais, cólicas e mal-estar. “O tratamento necessário vai depender da gravidade da intoxicação, se for muito grave é tratado com antibióticos”, relata. Fora isso, a nutricionista aconselha a repor líquidos perdidos na ocorrência de diarreia e vômito.

Outro cuidado que os consumidores devem ter, conforme a nutricionista, é em relação à coloração da peça de carne, sempre preferir aquelas que estão com vermelho natural. Fora isso, existe a possibilidade do alimento estar mascarado com ácido ascórbico. “Nesses casos, pode causar sobrecarga renal e favorecer o desenvolvimento de cálculo renal”, explana Patrícia. Em casos extremos, pode resultar em um câncer.

Cuidado redobrado

“O segredo para manter a qualidade e o sabor da carne é mantê-la sempre refrigerada”, pontua Adriano Marcelo de Oliveira, proprietário da casa de carnes Nelore Premium. Mas quais as dicas o consumidor pode seguir para evitar que o alimento estrague? Ele orienta a sempre manipular um pouco a carne antes do preparo e, principalmente, fazer o degelo dentro da geladeira. Por isso, Adriano revela que em seu açougue todas as carnes são tratadas em ambientes climatizados. “Temos uma câmara de congelamento e uma de resfriamento, no balcão também tem clima controlado”, explica. Sobre a quantidade de carne comprada para a venda, o proprietário conta que existe um cuidado para que não haja mercadorias armazenadas em longo prazo. “Toda manhã chega carne e fazemos a desossa. Trabalhamos com carne fresca diária”, frisa.

É por isso que na Casa de Carnes Boi Barão, a compra das carnes de caixaria é semanal e as frescas são diárias. De acordo com a proprietária Maria José Mazzaro, as duas câmaras – de resfriamento e congelamento – são mantidas a graus abaixo de zero para evitar que se perca a qualidade. Outra coisa que ajuda é a rapidez das vendas, o que faz com que raramente sobre mercadoria. “Temos desossa todos os dias e os balcões de venda também são resfriados”, explica. 

SAIBA MAIS

A nutricionista dá algumas orientações para se atentar:

- Verificar o selo de inspeção do produto (se está dentro da validade);

- Observar se a carne está com textura firme;

- Se atentar ao cheiro, que não pode estar desagradável;

- Observar se a cor vermelha é natural.

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