Campanha visa reduzir notícias falsas sobre vacinação

Estratégia é uma iniciativa do Ministério da Saúde e intenciona minimizar os prejuízos causados pela conhecida fake news da saúde

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 21/07/2018
Horário 07:31
Arquivo - Campanha nacional ocorre entre 6 e 31 de agosto com as crianças como público-alvo
Arquivo - Campanha nacional ocorre entre 6 e 31 de agosto com as crianças como público-alvo

As chamadas “fake news” são informações espalhadas pela internet e que disseminam de forma desenfreada notícias falsas e que foram implantas com a intenção de distorcer a realidade. O tema, que já é conhecido por muitos, desta vez, chegou à área da saúde e, inclusive, é motivo de uma ação de comunicação do governo federal para combater essas falsas notícias que dizem respeito à imunização. A estratégia, segundo a “Agência Brasil”, é uma iniciativa do Ministério da Saúde e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República e visa minimizar os prejuízos causados à população pelo compartilhamento de informações equivocadas sobre os efeitos da vacina. A diretora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente, Elaine Bertacco, afirma que são muitas as pessoas que a procuram para sanar dúvidas em relação às “fake news” e ressalta que a campanha é importante para a prevenção de doenças.

A “Agência Brasil” lembra que os órgãos informaram ter uma equipe de monitoramento responsável por analisar as notícias relacionadas ao tema saúde no meio digital, sendo que, no ano passado, foram recebidos mais de 2,2 mil alertas, que já somam mil em 2018. “De acordo com o ministério, uma publicação esclarecendo que não existe o subtipo H2N3 do vírus influenza no Brasil, boato que circulou nas redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens no início do mês de abril, registrou 22.030 compartilhamentos, 1.580 comentários, 11.890 reações e alcançou 2,2 milhões de pessoas, na página oficial da pasta no Facebook”, acrescenta.

Justamente com a intenção de melhorar os indicadores, que podem ser prejudicados pelas informações falsas, o Ministério da Saúde promove, entre os dias 6 e 31 de agosto, a Campanha Nacional de Seguimento contra o Sarampo e a Poliomielite. Mesmo o foco da campanha sendo para crianças com idades entre 1 e 5 anos incompletos, a pasta ressalta a importância da conscientização de todos, visto que balanço divulgado na quarta-feira informou que o país já conta com 677 casos confirmados de sarampo, com surtos em Roraima e no Amazonas. “A meta de vacinação contra o sarampo é de 95% e dados preliminares referentes ao ano passado indicam que a cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose, a tríplice viral, e de 69,95% na segunda dose, que é a tetra viral”, acrescenta a “Agência Brasil”. A VEM, à reportagem, confirma já ter sido notificada da campanha, que inicialmente tem as crianças como foco, mas lembra que no dia 27 fará uma reunião técnica para sanar todas as dúvidas, bem como a possibilidade de incluir adultos na imunização, o que, por enquanto, ainda não está definido.

Preocupação local

Conforme a diretora da VEM, está cada vez mais comum o aparecimento de informações falsas sobre os efeitos da vacina, bem como de grupos contrários ao ato. Questionada sobre as ações que a Vigilância Epidemiológica promove no sentido de orientar de maneira correta a população, Elaine diz que são constantes os contatos de pessoas, instituições e amigos, por meio de telefone ou redes sociais, na intenção de esclarecer os mitos que sondam a internet sobre a vacinação. “Seguimos as orientações da vigilância do Estado nestes casos e vejo como muito válida essa campanha do governo, pois algumas doenças que já foram controladas estão sendo inseridas novamente no nosso país, como o sarampo”, informa.

Já para a enfermeira responsável pela Vaccine Care Clínica de Vacina Especializada, Ana Paula Tavares, a vacinação é “muito importante”, uma vez que estimula o sistema imunológico a criar resistência contra doenças que podem acometer o sistema, inclusive e principalmente, das crianças. “A proteção será para o resto da vida e ficamos felizes quando as pessoas nos procuram para sanar dúvidas, como as notícias falsas, pois temos a oportunidade de dialogar sobre tal importância. Muitos não se preocupam por falta de informação mesmo”, expõe.

SAIBA MAIS

Como já noticiado por este diário, dos seis grupos prioritários que compõem o público-alvo da Campanha de Vacinação contra a Influenza, dois ficaram abaixo da meta esperada pela VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente durante a edição de 2018, que foi realizada de 23 de abril a 22 de junho. Com expectativa de alcance de pelo menos 90% da área de cobertura, as unidades de saúde municipais receberam, por exemplo, 64% das gestantes e 65% do público infantil. No início do mês, o Ministério da Saúde informou que 312 cidades do país estão com risco de surto de poliomielite e, conforme os dados, na região há três municípios com baixos índices de cobertura vacinal contra a doença em criança menores de 1 ano, são eles: Estrela do Norte (7,14%), Nova Guataporanga (14,71%) e Ouro Verde (46,02%).

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