Cálice ou cale-se?

OPINIÃO - Arlette Piai

Data 17/12/2019
Horário 04:39

Um jor­na­lis­mo pro­fis­si­o­nal e a mí­dia em geral constituem a alma da democracia, já que com ela descobre-se o que é oculto nos bastidores políticos, colaboram para esclarecer direitos e deveres e protegem os governos de si mesmos. Exemplo: em Presidente Prudente, os pontos de ônibus estão decadentes, desprovidos de manutenção. Os usuários expostos ao sol, chuva e à noite a falta de iluminação acarreta insegurança e risco aos passageiros.

Ana de Oliveira escreveu no Espaço do Leitor, no jornal O Imparcial: “Nossos vereadores deveriam dar uma voltinha no transporte público. Não entro mais em nenhum ônibus dessa empresa, você não tem segurança.” A imprensa, assim, colabora com os políticos no esclarecimento e cobrança do que é premente à população.

Fiquemos atentos, leitor: um golpe no Brasil conduziria nossa nação a uma “ditadura-monárquica” por mais de meio século

Ademais o alerta é também indispensável porque se sabe que os altos salários dos três poderes e mordomias constituem sempre um perigo iminente à democracia, porque o con­for­to vi­cia, o co­mo­dis­mo corrompe, os vícios enlouquecem e o poder alucina. E a alucinação é tão grande que o filho do presidente da República manifestou publicamente apelo pelo AI 5.

Fiquemos atentos, leitor: um golpe no Brasil conduziria nossa nação a uma “ditadura-monárquica” por mais de meio século, elas passam de pai para filhos. A história é mestra, e é bom lembrar o que fizeram as monarquias desde o Império Romano e o que ainda fazem nos dias atuais: Cuba, Coreia do Norte, Alemanha de Hitler, entre outras. É bom atentar também ao que ensinou Eça de Queirós: “Políticos, como fraldas de bebês, devem ser trocados frequentemente e pelas mesmas razões”.

A democracia foi conquistada com sangue, suor e lágrimas pelos nossos ancestrais, e embora não seja uma forma de governo sem defeitos, até hoje no decorrer de toda a história, nunca se descobriu um sistema que fosse menos pior ou melhor que a democracia. Portando, o cálice símbolo de festa, alegria e comemoração é incompatível com o cale-se. Vivemos ventos democráticos, enquanto tantos países vivem a crueldade da opressão, portanto: cálice! Ainda podemos comemorar.  

 

 

 
 

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