Boxistas têm 15 dias para sair do camelódromo

Concomitante a isso, há uma liminar que proíbe a transferência dos comerciantes ao PUM, medida que aguarda recurso por parte da Prefeitura junto ao TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo)

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 19/12/2019
Horário 04:02
Jean Ramalho - Camelódromo foi interditado e deve ser esvaziado até o dia 3 de janeiro
Jean Ramalho - Camelódromo foi interditado e deve ser esvaziado até o dia 3 de janeiro

A juíza Cibele Carrasco Rainho Novo, em decisão ontem, acolheu a demanda do MPE (Ministério Público Estadual) e decretou a interdição do shopping popular de Presidente Prudente, conhecido como camelódromo. No documento, a juíza aponta que, diante da “gravidade dos fatos” apresentados pelo laudo do Corpo de Bombeiros sobre o local - documento emitido através de um pedido do próprio MPE, determina-se a retirada dos comerciantes até o dia 3 de janeiro, “sob pena de retirada forçada e recolhimento de seus bens pelo município”. Vale lembrar que, concomitante a isso, há uma liminar que proíbe a transferência dos comerciantes ao PUM (Parque de Uso Múltiplo), medida que aguarda recurso por parte da Prefeitura junto ao TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

Conforme noticiado anteriormente por este diário, no laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros, constatou-se, entre outros fatores, que o camelódromo não possui projeto técnico de segurança contra incêndio, e, consequentemente, AVCB [Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros], além de não contar com hidrantes instalados ou sistema de alarme de incêndio. “[...] as quais [irregularidades] colocam em risco a segurança dos próprios boxistas e pessoas que frequentam o local, justamente em época do ano [próximo ao Natal] em que, sabidamente, tem-se um aumento significativo no fluxo de pessoas no comércio em geral”, apontou Cibele na decisão, acrescentando ainda a necessidade de adoção de medidas de segurança contra incêndios apontada no laudo.

Na decisão, a juíza determinou ainda que, para efetivação da ordem, uma equipe de oficiais de Justiça, de pelo menos cinco pessoas, a partir de ontem e em um prazo de 48 horas, comparecesse ao espaço para a intimação para cada um dos boxistas em relação à interdição. Sobre o assunto, a Prefeitura afirmou que aguarda a decisão do TJ-SP e ressalta que, sobre os problemas apontados nos laudos, o fato de que a revitalização vem justamente para saná-los.

PREFEITURA REALIZA

SONDAGEM NO LOCAL

Terça-feira, equipes da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico) estiveram no camelódromo para uma sondagem prévia em relação a quantos dos comerciantes topariam a transferência ao PUM, caso ela ocorresse. Na ocasião, 147 boxistas concordaram em ir ao local, um não respondeu, 26 disseram que iriam para outros pontos e outros 100 não foram localizados. A sondagem foi apenas uma medida para adiantar o serviço, caso a liminar que proíbe a transferência ao PUM seja derrubada.

INSEGURANÇA

DOS BOXISTAS

Há mais de sete anos no camelódromo, o boxista Emerson Pazinato afirma ver como necessária a reforma, até por questões de segurança, mas aponta que, assim como a maioria dos colegas, se sente inseguro por não ter uma definição do que ocorrerá com o local. “Temos uma grande preocupação de não voltar para cá, mas cabe à gente apenas acatar o que for decidido”. Ele afirma ainda que, em reunião com a Prefeitura, falou-se sobre a possibilidade de transferência ao terminal urbano, o que seria visto com bons olhos por ele e pelos colegas. A Prefeitura, no entanto, já afirmou ser uma possibilidade “praticamente nula”, pela ausência de estrutura no espaço.  

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