Boxistas concordam com cobrança de aluguel

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 08/01/2020
Horário 05:12
Isadora Crivelli - Alguns boxistas já estão instalados no Shopping Vila Romana
Isadora Crivelli - Alguns boxistas já estão instalados no Shopping Vila Romana

O anúncio da Prefeitura de Presidente Prudente de que, ao retornar ao camelódromo após as obras, os boxistas deverão pagar uma espécie de “aluguel” pela utilização do espaço público repercutiu rapidamente entre os camelôs, comércio e população em geral. Além desse anúncio, a administração municipal, como noticiado na edição de ontem, determinou que haverá exigência para que todos os boxistas se tornem MEIs (Microempreendedores Individuais) e tenham o alvará de funcionamento.

No Shopping Vila Romana, onde diversos boxistas já estão trabalhando, a posição de alguns deles pareceu ser otimista em relação às novas obrigações, todos, entretanto, aguardam qual será esse valor para só então afirmarem se é ou não, em suas visões, algo justo.

O boxista Antônio Mendes, 47 anos, que possui um box de informática há 14 anos, afirma que espera que seja um valor baixo, pois os boxistas já gastam com energia elétrica, anualmente o alvará e até um guarda para realizar segurança durante a noite. “Se for um valor pequeno não vai atrapalhar muito, mesmo assim, existem os que não têm condições de pagar”, completa.

Seguindo o raciocínio de Antônio, está a boxista Akyla Oliveira dos Santos, 29 anos. Ela, que conduz um box de eletrônicos há 10 anos, afirma que acha justo, dependendo do valor, pagar pelas benfeitorias que a Prefeitura está realizando, contanto que existam retornos. “Agora precisaremos de segurança, limpeza adequada, e outros serviços da Prefeitura”, pontuou. Akyla, em relação à MEI, está despreocupada, pois há mais de seis anos ela já é uma microempreendedora.

Outro que já é um MEI é o boxista Michael Pereira Soares, 28 anos, dos quais um ano e meio tem se dedicado ao box de assistência técnica. Ele concorda que a cobrança de um valor justo é compreensível pagar, tendo em vista as importantes reformas que serão feitas. Sobre possuir uma microempresa, ele considera importante para que os boxistas se equiparem aos demais comerciantes prudentinos, e faz questão de elencar as vantagens: emissão de nota fiscal,o que garante maior segurança para o cliente; contribuição para o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), o que garante uma aposentadoria; e até facilidades na hora de solicitar um alvará de funcionamento.

Como noticiado ontem, o vice-presidente da Associação dos Boxistas do Shopping Popular, Francisco Ferreira Lima, afirmou que todos já estavam cientes da taxa anunciada pela Prefeitura, e que achavam a cobrança justa.

EXIGÊNCIAS NÃO

SURPREENDEM

Akyla comenta que, na verdade, as exigências não são tão surpreendentes, visto que uma reunião há poucas semanas, entre poder público e boxistas, já indicou que ocorreriam certas cobranças. Ela afirma acreditar que o valor arrecadado pela Prefeitura seja utilizado no pagamento à CEF (Caixa Econômica Federal), pelo empréstimo realizado para execução das obras na Praça da Bandeira. Em resposta, a Prefeitura confirmou o financiamento de R$ 2,9 milhões, mas negou que a exigência de aluguel tenha como finalidade pagá-lo.

“A Prefeitura entende ser justo cobrar dos boxistas uma taxa compatível com o espaço a ser ocupado, uma vez que estão explorando uma área pública para fins lucrativos. Não há qualquer relação com pagamento do financiamento, mas sim uma medida para gerar justiça fiscal, buscando equiparar as exigências impostas a estes boxistas e aos demais comerciantes da cidade”, informou a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação).

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