Biólogo deve investigar supostos ataques de piranha

Incidentes ocorreram no Parque O Figueiral e profissional verificará, na próxima semana, a razão de munícipes apresentarem ferimentos nos pés; segundo bombeiros, houve 22 ocorrências

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 15/12/2017
Horário 13:00

A Prefeitura de Presidente Epitácio receberá na próxima semana um biólogo para investigar se de fato os acidentes registrados no Parque O Figueiral nos últimos dias - que deixaram ferimentos em munícipes - foram ataques de piranhas, como tem defendido o Corpo de Bombeiros Municipal. Isso porque a Prefeitura trata as ocorrências como possíveis cortes causados por objetos pontiagudos no fundo da praia, informação veementemente refutada pela corporação. Ao seguir esta linha de investigação, a administração municipal depositará até segunda-feira uma grande quantidade de areia no local, que possibilitará um aumento de 30 centímetros do solo para cobrir e evitar cortes por meio de objetos pontiagudos. Os bombeiros defendem 22 ataques entre sábado e domingo, mas a secretaria municipal de Cultura e Turismo, responsável pelo local, diz ter informações detalhadas de apenas dois casos.

De acordo com o assessor técnico do Meio Ambiente do município, Thiago da Cunha Bastos, não foram encontrados indícios ou presença de piranhas no local, mas a cidade receberá na semana que vem um biólogo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) para acompanhar in loco a situação. “A linha de investigação segue para pedras ou cacos de vidro que causaram os ferimentos, mas não descartamos um possível ataque vindo de uma espécie de peixe. De qualquer forma, não confirmo, até o momento, que foram piranhas”, expõe.

Thiago salienta que o local tem sido monitorado constantemente e afirma que desde domingo não foram registrados novos possíveis ataques. O Figueiral está aberto ao público, mas por motivos de prevenção, a Prefeitura cobrirá com areia, até segunda-feira, o espaço em que os banhistas frequentam e elevará o solo em cerca de 30 centímetros para que objetos cortantes não estejam mais em contato direto com a população. “A situação está sob controle e monitoramento”, reforça.

 

Ataques

De acordo com os bombeiros municipais de Epitácio, que atenderam as ocorrências no fim de semana, na sexta-feira foram contabilizados 12 ataques, enquanto no sábado a corporação constatou outros dez, um total de 22 ataques de piranha, como garantem. A corporação afirma ter sido orientada no dia dos ataques a “não alertar” a população sobre o perigo de estar na água e salienta a preocupação com o caso. “Mesmo sem autorização, nós avisamos e queríamos interditar o local, pois havia crianças na água e isso poderia piorar a situação. O secretário de Turismo, porém, não autorizou a interdição, por não termos um laudo que oficializasse os ataques”. Ainda segundo a corporação, durante a semana não foram computados novos casos, pela baixa presença de banhistas ao local por causa dos supostos ataques.

O secretário municipal de Turismo e Cultura, por sua vez, afirma que a interdição só era possível, caso algum órgão competente ou os próprios bombeiros emitissem um laudo que comprovasse a presença de piranhas, o que não ocorreu até o momento. “Ninguém sabe o que houve. Os bombeiros trazem um grande número de ocorrências, mas temos apenas informações detalhadas de dois casos, com nome, endereço e tudo mais. Um biólogo deve explicar se realmente foram piranhas na próxima semana e, caso contrário, continuaremos na investigação do caso”, declara.

A reportagem contatou a Cetesb (Companha Ambiental do Estado de São Paulo), já que noticiou anteriormente que a Prefeitura notificaria o órgão para que investigasse o caso, mas foi informada de que a companhia não aceitou a entrega do ofício da administração municipal, por haver incoerência no pedido. “O pedido requeria a explicação sobre os ferimentos dos pés dos banhistas, mas a Cetesb não tem nenhuma medida a cumprir sobre o caso”.

Publicidade

Veja também